Na última segunda-feira (22/3), a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Municipal de Quirinópolis, concluiu investigações e indiciou ex-primeira-dama de Quirinópolis por omissão de estupros em um abrigo da cidade. Além dela, a ex-presidente do Conselho da Criança do Adolescente, a coordenadora e mais sete pessoas foram indiciadas por crimes ocorridos no interior do abrigo.
De acordo com a PCGO, as investigações se iniciaram após denúncias de maus-tratos, humilhações e constrangimentos realizados pelos servidores e, além disso, omissão por parte das cuidadoras e responsáveis pelo abrigo diante das violações sexuais ocorridas entre as crianças e adolescentes no interior da casa.
O abrigo é uma instituição municipal destinada a atender crianças e adolescentes em situação de violência ou abandono familiar. Segundo a PCGO, duas meninas, uma de 2 e outra de 5 anos, foram estupradas, além de quatro meninos, todos menores de 14 anos.
Ex-primeira-dama de Quirinópolis e cuidadoras do abrigo são indiciadas por estupro de vulnerável
De acordo com a delegada Camila Vieira Simões, um casal de adotantes procurou a delegacia para fazer a denúncia após uma criança da qual eles mantinham a guarda provisória, relatar experiências sexuais vividas no interior da casa.
“Paralelo a isso a Polícia Civil teve ciência de duas fugas de crianças abrigadas, na qual elas revelam que sofriam violência física e psicológica no interior do abrigo”, afirma a delegada responsável pelo caso.
Segundo Camila Simões, após a denúncia a polícia começou investigar e descobriu que as violências sexuais eram práticas frequentes no interior da casa e, além disso, algumas cuidadoras e a coordenadora do abrigo tinham conhecimento do que acontecia no local. A delegada ainda relata que as crianças, a maioria meninos, mantinham relações sexuais entre si.
De acordo com a PCGO, todas as pessoas envolvidas foram indiciadas pelo crime de estupro de vulnerável, na forma comissiva por omissão, além dos crimes de maus-tratos e submissão de criança e adolescente à humilhação e vexame. A Polícia Civil também realizou o afastamento cautelar da atual coordenadora, das cuidadoras e da equipe técnica do abrigo de suas funções.