Um ano após registrar o 1º caso de Covid-19, doença causada pelo novo agente do coronavírus, o estado vive a pior fase da pandemia, com alta nos casos, recorde de mortes e fila de espera para Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Os três primeiros casos da doença no estado foram registrados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) no dia 12 de março de 2020. Três mulheres retornaram do exterior contaminadas com a doença, sendo duas em Goiânia e uma em Rio Verde. No dia 19 do março, Goiás começou a restrições para evitar a disseminação da doença.
No intervalo de um mês, o estado já registrava mais de 700 casos confirmados e quase 30 mortes. No mês de abril algumas atividades voltaram a funcionar. Em maio, o governador Ronaldo Caiado tentava implementar medidas mais rígidas quanto às restrições, mas ele afirmou que não teve apoio dos municípios.
Em julho, por meio de decreto, outras atividades comerciais foram autorizadas a funcionar, com exceção de boates, cinemas e outras. No fim do mesmo mês, a SES-GO registrou mais de 68 mil casos da Covid-19 e 1,6 mil mortes no território goiano. Em setembro, o número de casos já passava de 200 mil e 4.672 mortes.
Em outubro aconteceram as eleições 2020, época que várias pessoas foram às urnas para escolher representantes municipais. Neste período várias aglomerações foram identificadas em cidades do interior.
No início de novembro havia 255.787 casos de doença e 5.759 mortes. No fim do mês o número de casos passou para 279.577 e 6.351 óbitos confirmados. Em dezembro, a movimentação no comércio aumentou devido o período festivo, o mês fechou com 309.019 casos confirmados e 6.805 mortes.
2021
No primeiro mês do ano, o governo de Goiás propôs a Lei Seca, onde comércios foram proibidos de vender bebidas alcoólicas após às 22h. A medida também tem o objetivo de combater o avanço da doença, evitando aglomerações.
O período de carnaval foi diferente em várias cidades goianas, onde serviços públicos não tiveram pontos facultativos. Autoridades de saúde alertaram a população para evitar aglomerações devido a pandemia. Entretanto, festas clandestinas foram registradas.
Em março, 12 meses após o primeiro caso, mais de 426 mil pessoas foram contaminadas e 9,4 mil morreram em decorrência da doença. Neste mês, a saúde começou a entrar em colapso, segundo autoridades de saúde. No 1º dia do mês, atividades não essenciais amanheceram de portas fechadas em várias cidades goianas. Entretanto, eventos clandestinos e lojas não autorizadas foram flagrados funcionando.
Mesmo com as medidas restritivas quanto ao comércio, o transporte coletivo, que é considerado um dos principais pontos de aglomeração, continua operando com lotação. A Fecomércio propôs a paralisação dos ônibus, mas a medida não foi adotada.
Vacinação contra Covid-19 em Goiás
O ano de 2021 começou com grandes expectativas com a vacina contra a Covid-19. Em janeiro a vacinação começou e foi voltada para idosos e trabalhadores da área da saúde. A primeira dose foi aplicada no dia 18 de janeiro. Entretanto, com a chegada vagarosa das doses ainda não foi possível reduzir a taxa de hospitalização e mortalidade em Goiás, cenário que não está muito distante do restante do país.
De acordo com o Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, o Brasil perdeu importantes negociações para a compra antecipada de vacinas. Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu autorização aos Estados para comprar vacinas, caso o governo federal não cumpra o Plano Nacional de Vacinação ou caso o número de doses fornecidas não seja suficiente. Agora, cinco meses depois com autonomia para compra direta, não há doses disponíveis.
Mortes por Covid-19 em Goiás
Um ano após o início da pandemia, é praticamente impossível não conhecer pessoas que perderam a vida por causa da doença. Há casos de famílias inteiras que morreram por causa da Covid-19. Em Goiânia, o prefeito eleito Maguito Vilela morreu pouco tempo depois tomar posse. Ele já havia perdido duas irmãs para a doença em pouco tempo.
De acordo com a SES-GO, cerca de 200 pessoas morrem entre março e novembro de 2020 esperando por uma vaga de UTI. Na época, mesmo com leitos disponíveis, muitas vezes as vagas não atendiam às necessidades do paciente. Neste ano, os leitos de hospitais públicos e privados chegaram a lotação próxima a 100%.
Os dados do Painel Covid-19, atualizado às 10h36 desta sexta-feira (12/3), apontam que Goiás registra 9.435 mortes por Covid-19, o que significa uma taxa de letalidade de 2,2%.