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Júri absolve 5 acusados de decapitar homem e deixar cabeça em frente a shopping, em Goiânia
Os cinco acusados de matar e decapitar Erivaldo Ferreira da Rocha, de 32 anos, e jogar a cabeça dele em frente a um shopping, na Avenida Perimetral Norte, em janeiro de 2019, em Goiânia, foram absolvidos pelo Tribunal do Júri, nesta quinta-feira (29). A sessão, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri durou terminou por volta das 22h. O Conselho de Sentença, formado por cinco homens e duas mulheres, entendeu que não havia provas suficientes.
Durante todo o dia, foram ouvidas oito testemunhas, sendo três arroladas pela Ministério Público de Goiás e cinco pela defesa. Destas, uma sigilosa em que o juiz determinou que o oficial de Justiça conduzisse de forma coercitiva até ao fórum, tendo em vista que o seu depoimento seria imprescindível para a acusação. A testemunha sigilosa afirmou que a morte do Erivaldo aconteceu no período em que o irmão dele estava foragido.
Oitiva
A mãe da vítima foi ouvida como informante e declarou que o filho não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e que ele foi morto pequeno irmão dele tinha rixa com os réus. Ela afirmou que Erivaldo era um bom filho e contou como ficou sabendo da morte de filho. “Todo mundo sabendo, eu fui no quarto dele e não o vi. Eu vi pelo celular a cabeça dele. O caixão estava lacrado”, contou chorando.
O crime
O crime ocorreu no dia 12 de janeiro de 2019, no Setor Urias Magalhães, em Goiânia. A motivação, de acordo com os autos, foi a disputa de controle do tráfico de drogas na região. Segundo a denúncia, a verdadeira vítima deveria ser o irmão de Erivaldo, Erli Ferreira da Rocha, que tinha envolvimento com uma facção criminosa rival da organização da qual acusados fazem parte.
Os acusados tentaram assassinar, no dia 20 de dezembro de 2018, Erli Ferreira, que logo após o atentado, se mudou. Por não acharem Erli, assassinaram, então, seu irmão Erivaldo, que não possuía nenhum envolvimento com facção e era somente usuário de drogas.
No dia do crime, os denunciados contrataram Erivaldo para capinar um lote na residência de Denis. Ao chegar no local, foi atingido por disparos de arma de fogo e, logo após, teve sua cabeça decapitada e nela desenhada, com um facão, as siglas uma sigla relacionada à facção criminosa dos réus.
Ainda de acordo com a denúncia, os disparos foram feitos por Maurício Máximo de Souza Filho, e a cabeça foi decapitada por Luciano Menezes da Fonseca. Os outros denunciados, Edson Dener Menezes e Matheus Máximo de Souza, eram acusados de estarem presentes o tempo todo na residência durante o crime, e de incentivarem as agressões.
*Com informações do Tribunal de Justiça de Goiás
Nova variante do coronavírus se espalha rapidamente pela Europa, mostra estudo
Cientistas europeus descobriram uma nova variante do SARS-CoV-2, vírus causador da covid-19, que vem se espalhando rapidamente pela Europa desde junho e já é responsável pela maioria dos casos observados na segunda onda de infecções em alguns países do continente.
Um estudo feito por pesquisadores das Universidades de Basel (Suíça) e de Valência (Espanha) e divulgado na quarta-feira, 28, na plataforma MedRxiv, revela que a variante foi originalmente identificada em junho no país ibérico, passando, no mês seguinte, a representar 40% de todos os casos na Espanha. Hoje, ela já é responsável por 80% dos registros em território espanhol. A disseminação teria se iniciado em um evento de agricultores no nordeste espanhol. Nos outros países europeus, a nova variante, batizada de 20A.EU1, representava, em setembro, de 40% a 70% de todas as infecções registradas na Suíça, Irlanda e Reino Unido. Ela também era prevalente na Noruega, Holanda, França e Letônia. A nova sequência do vírus já foi identificada em 12 nações europeias, além de Hong Kong e Nova Zelândia.
Os pesquisadores ressaltam que uma das mutações encontradas no material genético da nova variante do vírus que o diferencia das versões anteriores ocorre na proteína spike, usada pelo patógeno para invadir as células humanas. Apesar disso, ainda não se sabe se essa característica torna a nova variante mais transmissível do que as demais nem se a mutação pode estar associada à rapidez atual de disseminação da doença. “Não está claro se esta variante está se espalhando por causa de uma vantagem de transmissão do vírus ou se a alta incidência na Espanha seguida de disseminação por meio de turistas é suficiente para explicar o rápido aumento em vários países”, destacam os autores no artigo.
Os cientistas alertam que, embora não haja ainda detalhes sobre maior risco associado à variante, é preciso avaliar se medidas de controle e contenção do patógeno em fronteiras estão sendo suficientes para barrar uma nova disseminação da covid. Eles acreditam que a propagação do vírus está associada ao afrouxamento das medidas de distanciamento social e de controle de entrada de visitantes. “Apesar de não haver evidências que essa variante seja mais perigosa, sua disseminação pode fornecer informações sobre a eficácia de políticas de viagens adotadas pelos países europeus durante o verão”, afirma comunicado da Universidade de Basel sobre o estudo.
Repercussão. A microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, afirma que a pesquisa demonstra a necessidade de acompanhamento de possíveis mutações do novo coronavírus, mas destaca que ainda há mais lacunas do que respostas sobre a ação de diferentes variantes. “Para ter certeza de que tem maior transmissibilidade ou qualquer impacto clínico, seriam necessários estudos mais detalhados. Por enquanto, o que o trabalho mostra, e muito bem, é a necessidade de um sistema de monitoramento e sequenciamento para acompanharmos a evolução do vírus. Mas não tem como concluir ainda se as mutações observadas estão relacionadas com maior transmissão ou sintomas”, diz.
Para o infectologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor médico do Grupo Fleury, os dados do estudo ainda não permitem concluir se a predominância de uma nova variante em alguns países pode afetar em diagnóstico, tratamento ou até em vacinas que estão sendo desenvolvidas contra a doença.
“É um alerta importante, mas ainda não temos essas respostas. Pode ser que essa variante seja responsável pelo aumento rápido de casos visto agora, mas pode ser que seja mais uma questão epidemiológica”, afirma ele, referindo-se à possibilidade de o vírus estar se propagando com mais velocidade por causa do fim das quarentenas na maioria dos países durante o verão europeu.