O pequeno Miguel Ângelo, de cinco meses, recebeu alta nesta terça-feira, 8, após ficar internado por 41 dias na ala pediátrica do Hospital Municipal de Aparecida (HAMAP). O bebê é portador da Síndrome de Prader-Willi (PWS), uma anomalia neurogenética, congênita e multissistêmica, marcada por alteração no cromossomo 15.
Bebês com a síndrome apresentam baixo Apgar ao nascer, dificuldade de sugar, choro fraco e são muito pouco ativos, dormindo a maior parte do tempo. Raramente conseguem ser amamentados. Seu desenvolvimento neuro-motor é lento, tardam a sentar, engatinhar e caminhar.
Segundo a pediatra Ludymilla Cândida , Miguel chegou no HMAP no dia 30 de julho e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a dificuldade respiratória e hipotonia muscular. Após melhora do quadro de saúde ele foi para enfermaria pediátrica. A saída do bebê do hospital foi marcada com uma ação humanizada e lúdica promovida pela equipe multiprofissional da unidade. “O Miguel é portador de uma Síndrome Genética rara e foi diagnosticado no HMAP. Ele necessita de cuidados especiais, entre eles alimentação por gastrostomia e estimulo precoce para o desenvolvimento neuropsicomotor adequado. Hoje, ele recebeu alta humanizada demonstrando a mãe que ele estará assegurado com este mesmo trabalho extra hospitalar, diminuindo as inseguranças materna nos cuidados diários”, explica a médica.
De acordo com a psicóloga Nayara Ruben, o hospital realiza altas humanizadas com os pacientes que precisam de um acompanhamento diferenciado após deixar o HMAP. “É a segunda vez fazemos um momento como este. Nós estamos com projeto da alta humanizada com os casos em que a gente percebe a necessidade de uma atenção especial após a saída do hospital. No caso do Miguel, que é um paciente crônico e que têm várias comorbidades, foi necessário este momento com toda equipe multiprofissional para orientar a mãe e proporcionar que ela vá embora da forma mais tranquila possível”, revela.
Nayara afirma que não é fácil a adaptação em casa com todas as mudanças na rotina. “Nossa proposta é acolher e deixar essa mãe segura para ir para casa. Mostrar que estamos à disposição e que se ela tiver dúvidas ou dificuldades ela não está sozinha na caminhada. Estamos aqui para dar o apoio e o suporte que ela precisar”, ressalta. Com a ação humanizada, a mãe pôde tirar todas as dúvidas em relação aos cuidados com o filho e se sentiu acolhida e segura. “O atendimento humanizado está vinculado à criação e manutenção do vínculo entre a mãe e o bebê. Durante toda a internação a gente trabalha no sentido de manter e fortalecer esse vínculo. Com a alta humanizada, a intenção é deixar essa mãe o mais segura possível com o filho em casa. Nosso intuito foi preparar mãe para enfrentar o que vem pela frente e nos colocar como uma rede de apoio, o que é importante neste momento”, finaliza a psicóloga