Procon-GO cobra esclarecimentos de cerealistas sobre aumento do preço do arroz
O Procon Goiás começou, nesta semana, a notificar cerealistas, distribuidoras e supermercados localizados em Goiânia e na Região Metropolitana para verificar as razões dos aumentos relatados pelos consumidores no preço do arroz e, eventualmente, a possível majoração injustificada de preços. As notificações são motivadas pela alta do preço do grão. Em alguns lugares de Goiânia, um pacote de 5kg de arroz pode ser encontrado por até R$ 30.
O órgão optou pela fiscalização por meio de amostragem, devido à necessidade de rapidez nas verificações. Segundo o Procon, as empresas notificadas terão 3 dias para apresentar as notas fiscais de entrada e saída do período que vai do dia 1º de junho até o dia em que ela foi notificada.
Neste período, já foram notificados 20 estabelecimentos, nos quais foram constatados os valores de diversas marcas de arroz. A partir disso, serão verificadas possíveis práticas abusivas relacionadas ao aumento de preço recente.
Caso haja a comprovação de aumento abusivo de valores, descumprimento do prazo ou não apresentação de todos os documentos solicitados, a empresa infratora será autuada. A multa pode variar de R$650 a R$9 milhões, a depender do tamanho do estabelecimento, natureza da infração e se há reincidência.
Em entrevista a um veículo local, o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Goiás (Siago), Jerry Alexandre, afirmou que a alta se deve a uma série de fatores, como os climáticos, que, segundo o presidente, reduziram 40% da produção de arroz na Ásia. Além disso, conforme o presidente do Siago, países asiáticos passaram a importar o grão e até o preço do dólar influenciou, o “que acabou ajudando os exportadores brasileiros”.
Deputados são flagrados sem máscara durante sessão na Assembleia Legislativa de Goiás
Com adiamento nas eleições, TSE libera candidatura de fichas sujas
Por 5 a 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na noite desta terça-feira, dia 1º, que o adiamento das eleições municipais em função da pandemia de covid-19 beneficia candidatos com a ficha suja. Na prática, o entendimento do TSE abre caminho para que políticos condenados por práticas ilegais até outubro de 2012 estejam nas urnas em novembro, cenário que não ocorreria sem o adiamento do pleito.
O entendimento da Corte Eleitoral deverá aumentar o número de postulantes a prefeito e a vereador aptos a pedir o voto dos eleitores. A decisão do plenário do TSE está alinhada ao entendimento de parecer elaborado pela assessoria técnica do tribunal, que concluiu que o adiamento das eleições para novembro não pode barrar a candidatura de políticos enquadrados na Lei da Ficha Limpa até outubro deste ano.
Condenados por abuso de poder econômico e político são enquadrados pela lei por práticas como compra de voto e uso indevido da máquina pública e não podem se candidatar a cargos públicos por um período de oito anos.
Na avaliação da maioria dos ministros do TSE, aqueles condenados, por exemplo, por atos nas eleições de 2012 estariam barrados em outubro deste ano, mas ficarão livres para se candidatar com a nova data da votação, em novembro, e poderão concorrer nas próximas eleições.
“Eu diria que sorte é sorte. No caso aqui, de alguns possíveis candidatos que seriam inelegíveis, não dependeu deles a ocorrência da alteração da data da eleição”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes.
Moraes destacou que a Lei da Ficha Limpa é uma lei “importantíssima”, que protege a moralidade, mas não deixa de ter um caráter de restrição. “É uma restrição e é uma restrição de um direito fundamental, exercício pleno dos direitos políticos. Se essa restrição termina no igual dia do oitavo ano seguinte, e a eleição se deslocou, entendo que salvo uma expressa que poderia ter vindo pela emenda constitucional, não podemos interpretar de maneira extensiva, ampliar essa restrição”, disse Moraes.
O voto de Moraes foi acompanhado pelos ministros Mauro Campbell, Tarcísio Vieira, Sérgio Banhos e o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. “A inelegibilidade se conta dia a dia. Se alguns têm sorte, outros tiveram em outros momentos azar”, ponderou Banhos.
“Já começado o processo eleitoral, eu teria muita dificuldade de mexer nesse estado de coisas, ainda que eu não ache que ele seja o melhor. Em certos casos, o ideal de Justiça deve ceder à segurança jurídica e penso que estejamos diante de um desses casos”, frisou Barroso.
Em sentido contrário se posicionaram os ministros Edson Fachin e o novo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Luís Felipe Salomão.
Consulta
O caso foi discutido a partir de uma consulta apresentada pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE) com base em questionamentos do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O Congresso Nacional se recusou a alterar a regra sobre os prazos de aplicação da Lei da Ficha Limpa na proposta que adiou o pleito de outubro para 15 de novembro (1º turno) e 29 de novembro (2º turno).
De acordo com o deputado federal Célio Studart (PV-CE), autor da consulta, “o Congresso falhou, tanto o Senado quanto a Câmara, em não pormenorizar a questão, apesar dos esforços”.
No Senado, primeira Casa a votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adiou as eleições, os parlamentares foram cobrados pela regra, mas decidiram não alterar os prazos da Ficha Limpa.