O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia contra o servente de pedreiro Hian Alves, de 18 anos, pelo homicídio qualificado do menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos. Além disso, o órgão pediu a soltura do padrasto, Reginaldo Lima dos Santos, de 33 anos, que ainda está preso mas deve ser liberado a qualquer momento na manhã desta quarta-feira (12/8).
A denúncia foi realizada pela promotora Renata de Oliveira Marinho e Sousa, do MP-GO, e aponta que o homicídio foi cometido “por motivo torpe, de forma cruel devido à asfixia e mediante dissimulação”.
A defesa de Hian Alves disse que já tomou conhecimento da denúncia e vai aguardar a citação pela Justiça.
O caso Danilo
O corpo de Danilo foi encontrado no dia 27/7 por cães farejadores do Corpo de Bombeiros em uma região de mata e lamaçal de difícil acesso, após ficar uma semana desaparecido. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou a causa da morte como asfixia por lama.
O padrasto de Danilo, Reginaldo Lima Santos, de 33 anos, e seu colega e servente de pedreiro, Hian Alves, de 18, foram presos no dia 31/7, suspeitos de envolvimento na morte da criança.
Porém, após investigações, a Polícia Civil de Goiás constatou que Hian Alves planejou e executou sozinho a morte do pequeno Danilo de Sousa Silva, de 7 anos. Ele teria sido motivado pelo sentimento de ciúmes da relação de seu pai adotivo Fabiano Martins da Silva, um pastor conhecido na região do Parque Santa Rita, em Goiânia, com o padrasto de Danilo, Reginaldo Lima Santos, de 33 anos.
O rapaz não aceitava o fato de a família de Reginaldo ser ajudada por seu pai adotivo e via exageros na relação dos dois, como “afagos financeiros”, como detalha o delegado Rilmo Braga.
Com o avanço das investigações, os policiais tiveram acesso a informações testemunhais de pessoas que, segundo Rilmo, narram o momento em que Hian convidou Danilo a ir a um matagal supostamente buscar uma pipa. Lá, conforme o inquérito policial, Hian matou a criança como uma forma de se vingar de Reginaldo.
De acordo com Rilmo, Hian teria executado o crime com a convicção de que Reginaldo seria apontado como culpado, devido ao seu histórico de passagens policiais.
Porém, Rilmo destacou que, “inegavelmente e de todas as formas técnicas e científicas”, Reginaldo não teve nenhuma participação, de qualquer tipo, no crime. O delegado adiantou que a tendência agora é que o Ministério Público se manifeste pela sua soltura.
Hian foi indiciado por ocultação de cadáver e homicídio duplamente qualificado.