O ex-deputado federal de Goiás e atual secretário licenciado da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, está reticente quanto à sua permanência na gestão pública. Em uma entrevista à Folha de São Paulo, Baldy, que foi preso na última semana numa operação da Polícia Federal (PF) mas liberado logo depois pelo Supremo Tribunal Federal (STF), disse que nunca precisou da vida pública e que é o momento de refletir se vale a pena continuar nela.
Baldy foi preso no dia 6/8 no âmbito da Operação Dardanários, um desdobramento da Lava Jato. O ex-ministro de Cidades foi citado em uma delação premiada feita por empresários da área da saúde em 2019.
Ex-gestores da Organização Social (OS) Pró-Saúde, Segundo Edson Giorno, Ricardo Brasil Correa e Manoel Correa, teriam repassado um total de R$ 1,4 milhão, em dinheiro vivo, para que Baldy facilitasse pagamentos do governo goiano ao Hospital de Urgência da Região Sudoeste, em Goiás.
Além disso, quando era deputado federal, de 2014 a 2019, Baldy teria dirigido a contratação de uma empresa deles, a Vertude, por órgãos públicos comandados por seus afiliados políticos. O ex-ministro e ex-deputado federal nega as acusações e diz que não recebeu dinheiro, “não ajudou e não participou”.
“É o momento de refletir”, diz Baldy
À Folha, Baldy, que foi solto pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, dois dias após a prisão, afirmou que passa por um momento de reflexão. O secretário licenciado alega que não precisa da vida pública e parece considerar a possibilidade de se afastar de vez dos cargos do Estado.
“Eu não preciso da vida pública. Eu sempre faço a doação dos meus salários, sem transformar isso em promoção pessoal […]. Todos os meus familiares sempre foram contrários a eu estar na vida pública. Justamente pela exposição, pelo risco que ela traz nessas questões de adversidades entre grupos políticos”, disse.
Baldy acredita que sua prisão foi “desnecessária” do ponto de vista constitucional e que teve sua vida pessoal exposta na operação da PF. “Eu tenho dois filhos, um de 15 e uma de 13. Tenho a minha mulher. Há uma exposição de onde você mora, de toda a sua vida pessoal. Foi algo realmente desnecessário do ponto de vista legal, constitucional, completamente excessivo e abusivo. É o momento de refletir se vale a pena estar na vida pública”, expõe.