O Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO) e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás (Sindepol-GO) publicaram, na última quarta-feira (29/7), um vídeo em que dizem ter recebido com preocupação o anúncio feito por Ronaldo Caiado de concessão de promoções a policiais e bombeiros militares. Conforme os sindicatos, a iniciativa do governador de Goiás destoa “claramente de um tratamento isonômico” e confere aos policiais civis um “tratamento discriminatório”.
O vídeo traz a manifestação do presidente do Sindepol, delegado Adriano Delta, e da vice-presidente do Sinpol, policial Wânia Cristina, que afirmam que Caiado não age de maneira igualitária no tratamento da Polícia Civil. Segundo Delta, a postura de Caiado em relação aos policiais civis é algo nunca antes visto em Goiás.
“Na história de Goiás, nunca houve um tratamento discriminatório em relação à Polícia Civil. É por isso que sabendo da grande qualidade dos trabalhos desempenhados pelos policiais civis de Goiás, principalmente nesta época de pandemia, que essa discriminação se torna inaceitável”, disse o delegado.
Ainda segundo os sindicatos, “por diversas vezes, a Polícia Civil de Goiás obteve notoriedade nacional, mesmo em meio a uma pandemia, operando com efetivo mínimo, haja vista que muitos policiais já foram infectados durante o cumprimento de sua missão”.
Os representantes dos sindicatos finalizam o vídeo convocando policiais e delegados para uma Assembleia Extraordinária que será realizada na próxima sexta-feira (31/7), em conjunto com a União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás (Adpego), “para debater sobre o processo promocional relativo ao ano de 2019”.
Entenda o alvo da indignação dos policiais civis de Goiás
O governador Ronaldo Caiado anunciou que, a partir do dia 30 de agosto, 3.155 integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros passarão a receber suas promoções. O anúncio foi feito pelo governador na última terça-feira (28/07), aniversário dos 162 anos da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO).
O pagamento da concessão de promoção aos militares irá gerar um impacto de cerca de R$ 66 milhões anuais na folha dos servidores públicos do Estado de Goiás.
No ano passado, Caiado também concretizou a extinção da categoria de policiais de 3ª classe, que recebiam salários mais baixos que os demais servidores da Segurança Pública.
Para as entidades representativas dos policiais, o ato tende a significar uma discriminação em relação aos policiais civis do Estado.