As mulheres goianienses vítimas de violência doméstica vão ter à disposição um centro especializado no atendimento às que sofrem diferentes abusos domésticos. A iniciativa está contemplada pela construção d’A Casa da Mulher Brasileira, em Goiânia, unidade vinculada à Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), e anunciada pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, na última segunda-feira (20/7). Ao todo, R$ 5,6 milhões serão destinados ao projeto, na capital.
Segundo informações da Prefeitura de Goiânia, A Casa da Mulher Brasileira é um centro destinado às mulheres vítimas de violência doméstica, preparado para o atendimento integrado, com “acolhimento”, “atendimento”, “atendimento humanizado” e o “encaminhamento de denúncia” feito de forma agilizada e por equipe especialista na área.
De acordo com a secretária da pasta de Políticas para as Mulheres, Ana Carolina Almeira, a instalação d’A Casa da Mulher Brasileira é bem-vinda quando Goiás se configura como um dos estados com maiores índices de casos de feminicídio, termo usado para nomear homicídios de mulheres cometidos em razão do gênero. “A Casa da Mulher Brasileira já era idealizada e esperada por toda a rede de enfrentamento à violência contra a mulher ”, pontuou.
Construída num espaço de 1.200 m², A Casa da Mulher Brasileira vai abrigar uma gama de serviços num só espaço, para tentar impedir o que os especialistas chamam de “revitimização”.
Abaixo, lista divulgada dos serviços que serão ofertados no local:
- Juizado Especial;
- Núcleo Especializado da Promotoria;
- Núcleo Especializado da Defensoria Pública;
- Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher;
- Alojamento de passagem;
- Brinquedoteca e
- Fraldário.
Haverá, também, apoio psicossocial e capacitação das mulheres para autonomia econômica. As atividades funcionarão 24hs por dia.
O programa A Casa da Mulher Brasileira foi criado em 2013 e faz parte do programa Mulher Segura e Protegida, vinculado ao Ministério da mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Além dos seis municípios que já foram contemplados com A Casa da Mulher Brasileira (Campo Grande (MS); São Luís (MA); Boa Vista (RR); Fortaleza (CE); Curitiba (PR) e São Paulo (SP)), até o final do ano, o MMFDH pretende dar início a outras 25 unidades, no país.
Alguns dados sobre a violência doméstica sofridas pelas mulheres em Goiânia e no país
Todos os dias as mulheres são obrigadas a passar por situações constrangedoras em locais públicos, principalmente em ônibus e metrôs. São comentários de teor obsceno, olhares, intimidações, toques indesejados e importunações de teor sexual e que na maioria das vezes são interpretados pelas pessoas como atitudes comuns e até como elogios.
Dados do Instituto Maria da Penha revelam que a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil e que a cada 1.4 segundo uma mulher é vítima de assédio, seja sexual ou moral. Estes atos são considerados crimes pela Constituição e se comprovada a prática, os autores serão condenados e multados.
Um levantamento feito pela Organização Não Governamental (ONG) Think Olga revela que 99,6% de 7,7 mil mulheres entrevistadas durante pesquisa já foram assediadas em algum momento de suas vidas. O documento revela, ainda, que cerca de 98% sofreu assédio na rua e 64%, no transporte coletivo.
Leia essas duas entrevistas aqui para saber mais sobre o assunto.