Em ação de prevenção contra o covid-19, 20 lavatórios públicos para mãos foram instalados em locais com grandes aglomerações, em Goiânia. A medida foi executada por meio de parceria entre a Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago), Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) e prefeituras. De acordo com informações da companhia de abastecimento de água e tratamento de esgoto, Saneago, os lavatórios irão facilitar a higienização de pessoas em situação de rua e de pedestres na prevenção contra o Coronavírus.
Entre os locais que receberam o novo lavatório estão a Praça do Trabalhador, a Rua 44, a Alameda das Rosas, o Mercado da Paranaíba e as Praças do Avião, Tamandaré e Joaquim Lúcio, entre outros pontos de Goiânia.
Outras cidades, 31, ao todo, serão contempladas com a instalação de lavatórios públicos.
A importância de medidas de prevenção, como os lavatórios, contra o Coronavírus, em Goiânia: testes rápido e sorológico não são eficazes em detectar Coronavírus, diz cientista
De acordo com a pesquisadora Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), os testes rápido e sorológico se mostraram ineficazes como meio de detecção do covid-19, no Brasil. Em entrevista ao programa jornalístico Roda Viva, no final de junho, (29/6), a também divulgadora científica alertou que os testes “não servem pra nada”, pois trazem uma falsa sensação de segurança mediante resultados errados e interpretações equivocadas, por parte da população e de profissionais da área da saúde. “Mais confundem a população do que ajudam”, alertou.
“Temos visto pessoas comprando testes na farmácia e depois comemorando, porque o resultado deu negativo, quando, na verdade, o teste [rápido] e sorológico mede anticorpos, completamente diferente daquele que mede o vírus, que é o [teste] RT-PCR. O teste [rápido e sorológico] vai dizer se você teve contato com o vírus no passado e se desenvolveu anticorpos. Só vai ser bom e eficiente se for capaz de detectar anticorpos em seu sangue, o que a maioria dos testes de farmácia não faz, [pois] são ruins. Além de tudo, a qualidade deles é duvidosa; a sensibilidade deles é baixa; podem dar muitos erros tanto de falso-negativos quanto de falso-positivos; querendo dizer que eles [testes] podem falhar em dizer se você tem anticorpos, porque não conseguiram detectá-los, [assim] como podem enganar e dizer que você tem anticorpos quando na verdade não tem. Além do mais, a interpretação deles piora o resultado, porque pessoas olham para os testes [rápido e sorológico] e acreditam não estar com o vírus”, diz.
A pesquisadora também ressaltou os perigos dos resultados “falso-positivos”, uma vez que é comum a pessoas, a partir dos resultados enganosos, deixarem de cumprir as medidas preventivas, tais como uso de máscaras, isolamento social, contato com pessoas de risco etc, acreditando-se imunes ao covid-19.
Testes rápido e sorológico não deveriam ser alternativas ao RT-PCR na identificação do covid-19, diz cientista
Durante a entrevista, a especialista reforçou que o RT-PCR “é o único teste que diz se a pessoa está ou não está com o vírus”, pois determina o material genético do vírus. Assim, a subnotificação pela falta de testes e a impossibilidade de fazer o isolamento de pessoas contaminadas e outras que possam ter tido contato com o covid-19, seriam, para Pasternak, o resultado da falta de investimento em insumos para a produção de testes tipo RT-PCR.
Natalia Pasternak também é pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas (USP) e co-autora, ao lado do jornalista especializado em divulgação científica Carlos Orsi, do livro ‘Ciência no Cotidiano: viva a razão, abaixo a ignorância!’, publicado pela Editora Contexto em março de 2020.