Segundo o perfil epidemiológico das pessoas com Covid-19 em Aparecida de Goiânia, dos 1.765 casos confirmados na última segunda-feira (22), 1.212 referem-se a pessoas entre 20 e 49 anos de idade. Elas totalizavam, nesta data, 69% do total registrado no município. Jovens adultos de 30 a 39 anos são os mais afetados. A cada quatro casos confirmados, pelo menos um é dessa faixa etária. Já os idosos, grupo de risco da doença, são menos de 10% dos testados positivos. Porém, o índice de mortalidade é maior entre eles. 78% dos óbitos ocorreram em pessoas com mais de 60 anos de idade.
“Observamos uma população economicamente ativa sendo mais contaminada. Ela também é a maioria da população e em regra circula com maior frequência pela cidade. Contudo, já identificamos que é grande a contaminação intradomiciliar. Assim, muitas vezes, ela acaba levando o coronavírus para os idosos, crianças e adolescentes com os quais divide a casa. Isso é muito preocupante. De todos os confirmados, mais da metade relatam terem tido contato com algum caso confirmado. As pessoas precisam manter a higiene e o distanciamento em todos os ambientes, em casa também”, afirma o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.
O secretário explica que dos 32 pacientes que vieram a óbito, 29 estavam hospitalizados e desses 23 precisaram de internação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI): “Sabemos que a maioria das pessoas não precisará de internação. Hoje estamos com 733 moradores de Aparecida de Goiânia com a doença ativa. Desses, 29 estão hospitalizados. Ou seja, cerca de 4%. No entanto, trabalhamos para que em qualquer cenário não falte leito para ninguém”. Ele lembra que nos últimos três meses a Prefeitura ampliou a rede e passou a oferecer 123 leitos hospitalares exclusivos para tratamento da Covid-19, sendo 63 UTIs. Com a oferta, inclusive, outros municípios passaram a procurar Aparecida de Goiânia.
Sintomas frequentes
De acordo com levantamento da Vigilância Epidemiológica da cidade, os sintomas mais frequentes apontados pelos 1.765 casos confirmados são febre, tosse e dor de cabeça. Esses três sintomas atingem mais da metade dos doentes. Dor muscular e fraqueza acometem mais de 30%. Coriza, dor de garganta, falta de ar, perda de paladar e olfato vêm em seguida com menos frequência entre os casos confirmados. Além disso, cerca de 8% dos contaminados não sentiu nenhum sintoma.
Segundo os dados da Vigilância, ao se observar somente os pacientes que vieram à óbito, a prevalência é diferente. Dentre eles, o sintoma mais comum é a falta de ar. “Nossa recomendação permanece a mesma desde o início: em caso de febre acompanhada de dificuldade para respirar, procure uma das nossas UPAs”, alerta o secretário de Saúde.
Doenças agravantes
Dentre os 1.765 casos confirmados (boletim do dia 22), 364 apresentam comorbidades prévias agravantes da Covid-19. Dos 32 óbitos, apenas quatro pessoas não tinham nenhuma doença crônica. “Observamos que cerca de 20% dos casos confirmados têm comorbidades prévias, um número que segue a lógica da saúde da população. Contudo, o percentual de doentes crônicos entre os óbitos ocorridos é de 87%. Ou seja, o risco de agravamento entre essas pessoas realmente é muito maior. A maioria dos nossos óbitos ocorreu entre pessoas com doenças cardíacas crônicas e diabéticos”, completou Alessandro Magalhães.
Profissões mais frequentes entre os doentes
Dos 1.765 casos confirmados na cidade que informaram sua profissão à Vigilância Epidemiológica, observa-se que os técnicos de enfermagem ocupam o primeiro lugar. Os aposentados, do lar e estudantes vêm logo em seguida. Motoristas, autônomos e enfermeiros seguem como as funções mais citadas entre os doentes. No total, 324 são profissionais de saúde.