O Hemocentro de Goiás iniciou, nesta segunda-feira (22/6), um sistema de coleta de plasma de pacientes que foram curados da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A intenção é avaliar o desenvolvimento de anticorpos contra o vírus, o que pode abrir caminho para o tratamento.
A pesquisa, aprovada pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), está sendo feita sob orientação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Este o primeiro estudo do gênero realizado em instituições do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, em que aproximadamente 100 pessoas curadas de covid-19 terão seu plasma coletado. Outro estudo, ainda em fase de análise na Conep, prevê a aplicação desse plasma no tratamento de pacientes da doença em estado grave.
Capitaneado pela hematologista do Hemocentro Coordenador, Maria do Rosário Ferraz Roberti; pela diretora médica da Hemorrede Pública de Goiás, Alexandra Vilela Gonçalves; e pelo pneumologista Marcelo Rabahi, coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social que administra a unidade do Governo de Goiás, o projeto conta com a participação de 12 profissionais de saúde das mais diversas áreas de atuação.
Conforme informações divulgadas, a pesquisa foi elaborada tendo como base estudos que demonstraram benefício dessa forma de tratamento em infecções virais graves, sejam na pandemia de H1N1, sejam na atual pandemia de covid-19.
Plasma coletado de curados da covid-19 pode resultar em tratamento eficaz
Os estudos levantam a hipótese de que a administração de plasma convalescente contendo anticorpo neutralizante contra o vírus possa trazer uma recuperação mais rápida no estado clínico dos pacientes. No entanto, ainda é uma modalidade de tratamento que requer comprovação científica de sua real eficácia.
De acordo com Marcelo Rabahi, o estudo tem como uma de suas características principais o fato de ter sido elaborado regionalmente. “É uma pesquisa em que o centro coordenador, o projeto, o conceito e o desenho foram todos desenvolvidos dentro do Hemocentro de Goiás e, com isso, nós podemos fazer uma avaliação com a nossa realidade. Isso não é parte de um estudo que está sendo coordenado por outros locais”, explica.
O outro projeto prevê que o material seja oferecido para pacientes internados, com formas graves, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) e na Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), além do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), caso tenha algum paciente internado com a doença na unidade.