Uma empresa de Anápolis do ramo de prestação de serviços de engenharia e construção civil foi condenada a pagar indenização a uma funcionária que, conforme foi provado, era assediada sexualmente e com frequência pelo gerente. Segundo o processo, a funcionária havia relatado as situações de assédio para as colegas que revelaram também terem sido vítimas de assédio do mesmo gerente.
De acordo com a funcionária, ocorreram vários abusos durante o contrato de trabalho. No processo, ela conta que seu superior, gerente da empresa, fazia comentários repetidos sobre seu corpo e lhe dizia frases constrangedoras. Segundo ela, uma vez ele a chamou para ir até seu computador e lá ele usou o celular para fazer filmagens por baixo do seu vestido.
No seu último dia de trabalho, a funcionária conseguiu gravar o gerente quando ele relatava que havia tido sonhos de cunho sexual com ela, dizendo que “no sonho ela estava chorando, mas não era de dor”.
Colegas também revelaram terem sido assediadas
A mulher relatou que desabafou sobre as situações em um grupo de WhatsApp com outras mulheres que trabalham na empresa e muitas relataram que o assédio também acontecia com elas.
Após o último assédio sofrido, a funcionária abriu um boletim de ocorrência em uma delegacia e comunicou à empresa que não teria condições psicológicas de trabalhar na mesma sala em que o assediante. De acordo com ela, o intuito era ser encaminhada para outra sala ou setor. No entanto, por não ter sido oferecida qualquer mudança no local de trabalho, ela acabou sendo obrigada a negociar sua saída da empresa.
Empresa de Anápolis foi condenada a pagar indenização para funcionária
O juiz Kleber Moreira, da 1ª Vara do Trabalho de Anápolis, condenou a empresa a pagar para a funcionária uma indenização por danos morais no valor de R$ 25 mil. Para o magistrado, as mensagens de WhatsApp juntadas aos autos, inclusive áudios, revelaram que vários empregados estavam cientes que o gerente costumava se comportar de forma indesejada com as mulheres da empresa.
Além disso, ele relatou que o gerente caiu em contradição em seu depoimento e as testemunhas, embora visivelmente tendenciosas, acabaram revelando fatos importantes para o processo. Ele mencionou que em um dos áudios uma gerente reconheceu a ocorrência do assédio e inclusive afirmou que o funcionário havia sido advertido e a empresa havia tomado as providências devidas.
Kleber Moreira mencionou que a própria autora reconheceu em seu depoimento que já tomava medicações para depressão antes da ocorrência dos assédios.