A Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas (ABMCJ), em Goiás, emitiu uma nota de repúdio à ameaça de um vereador de Santo Antônio de Goiás a uma sargento da Polícia Militar (PMGO). Em um áudio que circula no WhatsApp, conforme o documento, o político Francisco Lima de Moura Cabral, conhecido como ‘Francisco Chicó’, diz que bateria “na cara” da policial, identificada como sargento Bemvinda, caso ela retornasse à cidade para prendê-lo.
A ocorrência foi registrada na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Trindade. Conforme a nota, que considera o comportamento do vereador “criminoso e machista”, é lotada no 22º Batalhão da Polícia Militar, no município, e prestava serviço na cidade onde o vereador reside.
Ela e outros militares foram acionados para uma ocorrência no qual Francisco Chicó estava envolvido. Incomodado com a ação, ainda de acordo com a nota, ele proferiu as ameaças e ainda as divulgou. No áudio, o vereador fala: “Aqui em Santo Antônio, vou bater na cara dela (…) na cara da mulher que queria me prender. É Bemvinda o nome dela, Bemvinda. A mulher queria me (sic) tacar na cadeia.”
Procurado, vereador ainda não se posicionou sobre o caso.
Leia a nota de repúdio contra a ameaça do vereador a uma sargento da PMGO
A Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica, no âmbito da sua Comissão do estado de Goiás – ABMCJ/GO, vem a público manifestar repúdio a conduta criminosa praticada por um agente público, vereador Francisco de Lima de Moura Cabral (Chicó) do Município de Santo António de Goiás, após divulgação de áudio em grupos do aplicativo WhatsApp onde este afirma deforma veemente que “iria bater na cara da Policial Militar Benvinda caso a mesma retornasse ao Município para lhe prender”, segundo informado no RAI de n. 14963929, perante a Delegacia Especializada no Atendimento da Mulher (DEAM) da Policia Civil da comarca de Trindade, neste estado.
E cediço que a Policial 3º Sgt. Benvinda é lotada no 22° Batalhão da Policia Militar do Município de Trindade e estava prestando serviço no Município de residencia do Vereador citado, quando atendeu a uma ocorrência que o envolvia, não tendo porém relatado nenhuma intercorrência, conforme declarou nos registros policiais. Porém, por estar desempenhando sua função no exercício da segurança publica no Município, tal fato desagradou o vereador que, de forma irônica, proferiu as ameaças e as divulgou.
Essa Associação, publicamente, se manifesta contrária aos atos de intolerância sexista, conforme ditames do artigo 60, inciso VI do Estatuto Social desta Instituição, pois é nítido que se fosse abordado por um Policial do sexo masculino o Vereador não teria este tipo de comportamento.
E incompreensível que um agente politico ,que tem o dever de exercer suas funções de legislatura, em tempos em que tanto se tem avançado com leis de combate à violência contra mulher, tenha esse tipo de comportamento. A ABMCJ/GO apoia todas as mulheres no enfrentamento de situações de violência e as incentiva a ocuparem seus espaços em qualquer âmbito profissional.
Assego também repudia fala de vereador
No último dia 19, a Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás (Assego) também se posicionou sobre o caso. Leia na íntegra:
A Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás-ASSEGO, repudia toda forma de discriminação machista e preconceituosa, proferidas pelo vereador ‘’Francisco Chicó’’ que causou danos morais irreparáveis a todas militares femininas do Estado de Goiás.
Solidarizamos com a Sargento PM Bemvinda, militar exemplar no cumprimento do árduo dever de defender a sociedade mesmo com o risco da própria vida.