Comemorado no próximo dia 15 de maio, o Dia Internacional da Família é uma data que provoca uma reflexão profunda sobre nossas relações em família, com companheiros e filhos. E isso se intensifica nos tempos que vivemos isolamento social, principalmente porque estamos passando por desafios jamais vividos, como sociedade e seres humanos. Buscando auxiliar nesses desafios, as sócias do UNIO Instituto de Saúde Integrada dão algumas dicas que podem ajudar a atravessar esse período com mais conexão familiar e construindo uma nova rotina de vida.
Medicina da família
“A pandemia vai trazer muitas mudanças, inclusive na área médica. E uma delas será potencializar o valor da medicina da família e toda medicina preventiva, o que chamamos de saúde primária. Estamos começando a entender realmente o quanto é importante ter saúde física e emocional para enfrentar possíveis emergências. Por exemplo, apenas tomar o medicamento da pressão alta não é cuidar da saúde. Podemos fazer mais e, inclusive, evitar a necessidade do medicamento. Então falar em saúde da família é falar em prevenção. É falar do cuidado diário, do estilo de vida, desde o que se põe à mesa e ao que se fala em volta dela”, explica a médica com abordagem integrativa, Marcella Barra.
No consultório, a médica sempre busca tratar a saúde do paciente de forma global e a relação familiar tem papel muito importante. Independente da formação da família, é importante cuidar de quem divide o lar, afinal até a microbiota intestinal é parecida, principalmente neste período de reclusão que todos estão tão juntos. “O isolamento pode trazer muita solidão também. Redes sociais e eletrônicos em geral podem fazer com que as pessoas fiquem distantes mesmo estando perto. Portanto, é importante criar rituais de autocuidado pessoal e familiar, envolvendo as pessoas que moram com você em uma oração, em um preparo de alimento, em um momento de atividade física ou até mesmo na televisão assistindo o mesmo programa”, sugere Marcella.
O uso dos óleos essenciais, por exemplo, é uma medida simples e poderosa que, com ajuda e orientação profissional de um aromaterapeuta, podem ser usados por toda a família, adultos, crianças e até animais de estimação. O óleo de lavanda, por exemplo, é uma essência bastante utilizada e segura que pode ser utilizada em um difusor no quarto das crianças ou de adultos para ajudar a tranquilizar, reduzir estresse e contribuir para o sono de qualidade.
Casamento e convivência
A convivência diária tem trazido alguns problemas para casais. Aqui no Brasil, alguns famosos comunicaram a separação, como Luísa Sonza e Whindersson Nunes, Mayra Cardi e Arthur Aguiar, Mariana Ximenes e Felipe Fernandes. Para a médica psiquiatra do UNIO, Melissa Duarte, essas decisões podem ser tomadas por dois motivos: o primeiro é que no estresse os defeitos são potencializados e o segundo é que a decisão sobre um casamento que não ia bem, que era adiada no cotidiano, pode ser acelerada pelo aumento do estresse e das dificuldades, inclusive da violência familiar.
“No isolamento social, as pessoas podem começar a fazer o exercício interno de olhar para dentro de si. E isso pode ser muito enriquecedor como pode ser um buraco negro também. Por exemplo, quando alguém faz terapia percebe que projeta no outro algo que incomoda nela mesma. Se pensarmos no isolamento, como eu não consigo mais projetar esse defeito na sociedade ou nos colegas de trabalho, eu vou projetar em quem está dentro de casa convivendo comigo. Então toda essa energia que eu jogava em todo mundo, começo a jogar numa pessoa só. E isso vai ficando insuportável”, explica a médica.
Para manter a harmonia na convivência a médica dá algumas dicas. “Ter momentos de prazer e reflexão a dois e sozinhos, respeitando o ambiente e o silêncio do outro. Vejo as famílias querendo viver a ilusão da família feliz, de todo mundo estar fazendo a mesma coisa, mas que muitas vezes eu preciso respeitar o momento do outro. Outra coisa importante é se conectar através dos problemas, dos estressores em casa. Por exemplo, dividir as tarefas que são estressantes, como lidar com filhos ou fazer as compras da casa, não sobrecarregar um só. Faço na minha casa e tem feito sentido: não cobrar do outro o que você vê que ele não dá conta de fazer”, explica Melissa.
Rotina alimentar e imunidade
As pessoas estão acostumadas a buscar substancias milagrosas que terão um impacto mágico na saúde. Mas isso não existe, porque a busca pela saúde é interna e muito individual. “De nada adianta a ciência e os profissionais com orientações de qualidade se o indivíduo não quiser mudar e melhorar a saúde e viver com qualidade de vida. É o momento de rever hábitos alimentares, incluir as crianças no processo de decisão do que a família vai se alimentar e entender que existe outra possibilidade para quem acostumou a viver com dores, com má digestão, ansioso ou depressivo”, explica a nutricionista Mariana Parente.
Segundo ela, o primeiro passo é a limpeza do terreno biológico, retirando alimentos que sobrecarregam o sistema imunológico, como o excesso de alimentos industrializados com aditivos químicos, açúcares, farinhas brancas, corantes e refrigerantes. Depois, é preciso incluir alimentos que vão potencializar e nutrir as células imunológicas e que possuam ação antioxidante, anti-inflamatória, antibactericida, etc.
Alguns alimentos que vale a pena incluir na rotina são: temperos naturais como alecrim, orégano, salsa e gengibre; ricos em vitamina C como laranja, brócolis, goiaba, espinafre; ricos em vitamina A como mamão, nozes, abóbora, cenoura, nozes, semente de girassol, manga, quinoa; ricos em zinco como ervilhas, feijões, nozes, carnes, ovos; ricos em selênio como alho, cebola, castanha do pará, cereais integrais; frutas vermelhas e fitoterápicos como chlorella, spirulina, propólis.
“Também é indicado tomar sol por, pelo menos, 20 minutos por dia, sem protetor solar, para a produção de vitamina D. Pensando na questão do estresse, além das práticas meditativas que acalmam a mente, é possível fazer uso de chás calmantes à noite que vão equilibrando o hormônio do sono, como melissa, passiflora, camomila e erva-doce”, finaliza a nutricionista.