Em uma série de entrevistas nesta quinta-feira (14/5), o governador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou que um novo decreto com medidas restritivas de isolamento social em Goiás só será publicado quando houver consenso em relação ao tema e a adesão de pelo menos 70% da população. No entanto, ele reforçou que não não desistiu do decreto e que vai continuar conversando com as lideranças e todos os Poderes.
“Não vou decretar nada que não esteja em sintonia com a sociedade e com as lideranças de nosso Estado. Se não tivermos remando no mesmo sentido, não teremos sucesso no enfrentamento ao coronavírus. Essa decisão é solidária, precisa ser da comunidade, das lideranças, de todos, porque sabemos que, sem conscientização, ela não será cumprida”, ressaltou o governador.
Caiado citou sinal de alerta em Goiás
Durante as entrevistas, Caiado explicou que desde que o primeiro caso de covid-19 foi confirmado no país, foram necessários 39 dias para Goiás chegar aos 100 primeiros casos da doença. Atualmente, segundo ele, o número de 100 registros se tornou diário. “Antes de 19 de abril, a média era de menos de uma morte por dia. De lá para cá, a perda de vidas diárias tem aumentado, chegando a nove ontem”, completou.
Diante do novo cenário, foram intensificadas reuniões, por videoconferência, com prefeitos, empresários, autoridades religiosas e representantes classistas, onde a importância de um novo decreto com medidas mais rígidas foi discutida. Ele lembrou ainda que a abertura gradual autorizada no dia 19 de abril foi desrespeitada por vários segmentos, o que ocasionou o crescimento do número de casos, principalmente na região do Entorno do Distrito Federal.
Tese de Pôncio Pilatos
Ainda nas entrevistas, Caiado declarou que não aceitará a política de “lavar as mãos” diante da pandemia. “As consequências virão, sejam desemprego ou mortes, mas a responsabilidade também terá que ser assumida por todos. Não vou aceitar a tese de Pôncio Pilatos. Como governador, vou vocalizar o que a maioria estiver disposta a colocar em prática, mas vou continuar lutando pela vida”, advertiu.
Caiado voltou a explicar que o novo decreto atingiria apenas 32 cidades, sendo 24 onde os números são mais críticos e oito municípios turísticos, pelo período de 12 dias, contados de 18 a 29 de maio. Depois ocorreria, novamente, a abertura gradual das atividades que não são consideradas essenciais.
“É preciso solidariedade. No entorno, por exemplo, as pessoas contaminadas não poderão ser mais atendidas no DF, conforme determinação do governo distrital. Dizem que temos leitos sobrando, mas as pessoas se esquecem que há estrutura apenas em Goiânia; pessoas de outras cidades têm que vir para cá de ambulância”, pontuou Caiado.