O governo de Goiás tem adotado todas as medidas que julga necessárias, embasadas em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), para tentar conter o avanço do coronavírus no estado. O isolamento social é uma das principais ferramentas determinadas e, comparando com outros estados, tem dado resultado. Entretanto, mesmo com essas medidas, a projeção de infectados e mortos em Goiás é preocupante. Sem as medidas, a projeção é estarrecedora.
O uso da tática de analisar a relação “ações de governo x reação do coronavírus” constatada nos outros estados e países está entre os protocolos adotados pelo governo de Goiás para tomada de decisões, e os números, até agora, têm sido otimistas se colocados em comparação com os do quadro nacional.
Conforme demonstrado pelos dados apresentados na última sexta-feira (3/4) pelo secretário de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Adriano Rocha Lima, o isolamento social é adotado como uma tentativa de reduzir o chamado R0, que mede a capacidade que cada pessoa com Covid-19 tem de contaminar outras pessoas.
Segundo o secretário, registros ditam que em Wuhan, cidade chinesa que foi o epicentro inicial da doença, o índice chegou a 4, o que significa que cada paciente pode ter contaminado outros quatro; na Itália, 6. De acordo com Adriano, o fator em Goiás, devido ao grau de isolamento adotado, está em 1,6.
Cenários prováveis dos efeitos do coronavírus em Goiás
O titular da Sedi apresentou três cenários, partindo como princípio o dia 27 de março, quando teve início a transmissão comunitária da Covid-19 no Estado.
1º Cenário – Curva Verde
No primeiro cenário, segundo Adriano, se Goiás mantiver os mesmos protocolos que já estão em vigor, dentro de 30 dias pode registrar 21 mil casos de coronavírus e cerca de 200 mortes, consumindo 278 leitos de UTI;
2º Cenário – Curva Azul
Neste cenário, o secretário explica que, se além da manutenção do isolamento os hábitos de higiene forem intensificados, o estado poderá reduzir os 21 mil para 9 mil casos e as mortes para menos de 200;
3º Cenário – Curva Vermelha
No terceiro e último cenário, a curva vermelha indica o resultado de um relaxamento de medidas, inclusive o de isolamento social. Conforme o secretário, o cenário na saúde pode explodir, chegando a 110 mil casos em 30 dias, com quase 400 óbitos e consumindo mais de 500 leitos de UTI;
Por fim, o titular da Sedi adiantou que a tendência é que os números se multipliquem a cada dia que passa, e que o pico de contaminação em 40 dias, no terceiro cenário, pode chegar a 2 milhões de infectados em Goiás.