O governador Ronaldo Caiado, em celebração ao Dia de Mulher, lançou na última sexta-feira (6/3) a programação oficial do Mês da Mulher. O intuito da campanha é “refletir sobre o protagonismo feminino, as conquistas das mulheres e seus novos desafios”. Entretanto, apesar da alegria contagiante do evento, para as mulheres de Goiás a situação não é tão feliz assim.
De acordo com Caiado, a presença feminina tem sido um fator importante em sua gestão. Segundo o governador, de um total de 87.251 servidores ativos, 53% são mulheres, sendo 71% das profissionais com curso superior. Elas ocupam 663 postos de chefia e direção em todos os níveis do governo.
Ao elogiar a atuação de todas as servidoras da gestão, o governador fez deferência a cada uma de suas auxiliares do alto escalão: a primeira-dama Gracinha Caiado (Gabinete de Políticas Sociais e Presidente da OVG), Lúcia Vânia (Desenvolvimento Social), Andrea Vulcanis (Meio Ambiente), Cristiane Schmidt (Economia), Fátima Gavioli (Educação), Juliana Diniz (PGE), Vanusa Valadares (Ceasa) e Adryanna Caiado (OVG). “Todas elas são exemplos de dedicação e capacidade realizadora e ocupam posições estratégicas na gestão do Estado”, ressaltou.
Porém, ao mesmo tempo em que o governador celebra os avanços da mulher em sua gestão, elas estão morrendo, sendo agredidas e sendo ameaçadas no estado, e em maior número, comparado com o ano passado.
Dia da Mulher: uma data sem motivos de comemoração em Goiás
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), o maior aumento da violência contra a mulher se deu no crime de ameaça. Em 2018, foram 6.454 vítimas de ameaça. Já em 2019, esse número mais que dobrou, chegando a 15.599. Foram 9.145 vítimas de ameaça a mais de um ano para o outro.
O crime de lesão corporal contra a mulher foi outro crime que teve um aumento vertiginoso. Em 2018, foram 2.976 vítimas de agressão física no ambiente doméstico. No ano seguinte, esse número subiu para 10.497, um aumento de 7.521 vítimas.
O número de vítimas de outros crimes envolvendo violência contra a mulher também teve aumento expressivo. Ainda conforme dados da SSP-GO, a quantidade de mulheres que sofreram estupro subiu de 713, em 2018, para 781, em 2019. Já o número de vítimas de crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria passou de 4.569 para 9.442 de um ano para o outro, um aumento de 4.873.
Já o número de mulheres que foram mortas em razão do gênero também acompanhou o padrão de aumento: foram 40 mulheres assassinadas em 2019, contra 36 em 2018.