A barragem em Água Limpa, município localizado na região sul do estado, que se rompeu na sexta-feira da última semana (28/2) estava irregular e não possuía a documentação necessária para estar ativa. A constatação é da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que realizou uma vistoria no local do rompimento no início da semana. Felizmente, a estrutura estava situada a cerca de 600 metros do Rio Piracanjuba, que absorveu todo o volume de água decorrente do rompimento da barragem.
Na vistoria feita pela Semad, foram confirmadas as informações preliminares que haviam sido levantadas pela Defesa Civil do Estado. Segundo a pasta, verificou-se o rompimento de barragem no município, sem a ocorrência de vítimas humanas, nem danos a terceiros.
O levantamento realizado pela Secretaria confirmou a falta de documentação exigida para a construção da barragem e informou que ela não possuía portaria de outorga, licenciamento e cadastro no sistema estadual. Um processo administrativo no âmbito da secretaria vai caracterizar as infrações ocorridas, com as decorrentes penalizações.
Informações locais (confirmadas por imagens de satélite) alertaram, também, que este foi o terceiro rompimento ocorrido no mesmo local.
Ainda de acordo com a pasta, observou-se, ainda, que o solo na região da barragem é muito arenoso. Aparentemente, o material utilizado na construção da barragem é o mesmo, ou seja, inadequado para este tipo de edificação.
Rompimento de barragem em Água Limpa não ocasionou perda de animais, e sim volume das chuvas, diz Semad
A Secretaria, entretanto, afirmou que a perda de alguns animais de pequeno porte na região foi decorrente da inundação da fazenda devido ao volume de chuva acumulado na propriedade, e não em função do rompimento da barragem.
A estrutura ficava a uma distância aproximada de 600 metros do Rio Piracanjuba, que acabou absorvendo todo o volume de água decorrente do rompimento da barragem. A Semad informou ainda que não foram registrados danos ambientais significativos, pois a área a jusante da barragem já se constitui em espaço de inundação do rio.
A propriedade posiciona-se entre uma formação serrana e uma planície de deságue da bacia de um manancial afluente do rio Piracanjuba. Isso, segundo a Secretaria, contribuiu para que a forte chuva ocorrida na região alcançasse o barramento com muito volume e velocidade, sendo decisivo para o rompimento.