De acordo com decisão da juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Capitais, nove pessoas foram condenadas por fraude em ingressos do Parque Mutirama, em Goiânia.
Entre os condenados estão um vereador da Capital, ex-presidente da Agência Municipal de Turismo (Agetul) e ex-diretor financeiro do Parque Mutirama. As penas excedem a 12 anos de prisão, além de multas em regime inicial fechado e semiaberto, por práticas de crimes de organização criminosa e peculatos continuados.
A setença de condenação aos réus denunciados na Operação Multigrana foi dada nesta quarta-feira (29/1).
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), além das penas de prisão, os réus foram condenados a reparar o danos causado em R$2.181.458,10.
Cargos públicos
Segundo os autos, foram decretadas a perda e a proibição de exercer cargos públicos por oito anos para Zander Fábio Alves da Costa (Patriota), vereador de Goiânia; Dário Alves Paiva Neto, ex-presidente da Agência Municipal de Turismo (Agetul); Larissa Carneiro de Oliveira; Clenilson Fraga da Silva e Leandro Rodrigues Domingos.
Em relação a Geraldo Magela Nascimento, ex-diretor financeiro do Parque Mutirama; Davi Pereira da Costa; Deoclécio Pereira da Costa e Fabiana Narikawa Assunção, que não possuem cargos públicos, foram apenas inabilitados de exercer cargos e funções públicas por oito anos.
Uma das denunciadas na Operação Multigrana, Tânia Camila de Jesus Nascimento, foi absolvida das acusações de fraude por falta de provas e teve a liberação de seus bens.
Da sentença cabe recurso e as penas somente serão cumpridas após o trânsito em julgado, já que o Superior Tribunal Federal (STF) vetou a prisão com a confirmação da sentença em segunda instância.
A reportagem entrou em contato com defesa do vereador Zander Fábio, que informou que ainda não foram intimados a respeito da sentença da juíza Placidina Pires. Além disso, segundo o advogado Tito Amaral, “assim que recebermos a intimação vamos recorrer com a certeza que a sentença será reformulada”.
Presidente da Agetul procurou MPGO para denunciar esquema de fraude em ingressos do Parque Mutirama
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Alexandre Magalhães, presidente da Agência Municipal de Turismo Eventos e Lazer (Agetul) procurou o Ministério Público para denunciar o esquema de fraude em ingressos do Parque Mutirama.
Segundo o denunciante, quando assumiu a presidência, após a saída de Dário Paiva, foi procurado por Zander Fábio para ficar por dentro do esquema e para que contratasse novamente Geraldo Magela.
Alexandre apresentou como prova o relatório que mostra a diferença de valores do parque uma semana antes de assumir comparado a primeira semana de sua gestão o que demonstrava a fraude.
A denúncia foi realizada em 25 de agosto de 2017. Segundo a sentença, de maio de 2014 a abril de 2017 os acusados integraram uma organização criminosa que atuou no âmbito da Agetul desviando dinheiro público das bilheterias dos parques Mutirama e Zoológico.
Cada um deles tinha um papel dentro da organização. A fraude era possível graças a venda de ingressos duplicados ou falsificados.