O ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom, hoje ABC), João Bosco Bittencourt, publicou na última quarta-feira (29/1) uma nota onde afirma que a Operação Sofisma, deflagrada recentemente pela Polícia Civil de Goiás para apurar ligações fraudulentas entre blogs e órgãos do governo à época da última gestão, é uma “ação de perseguição orquestrada pelo governo Caiado”, motivada por, segundo ele, seu antigo cargo de assessor de imprensa do então governador Marconi Perillo.
Na nota, Bittencourt conta que ele e sua família tiveram os celulares grampeados na operação, incluindo seu filho que tem Síndrome de Down, antes de sua residência ser alvo de um mandado de busca e apreensão.
Ainda de acordo com o ex-presidente da agência de comunicação de Goiás, ele está sendo acusado de “arquitetar matérias críticas ao governo Caiado”. “Isso não é crime”, alega. Além disso, o jornalista argumenta que teve “o princípio da inviolabilidade do sigilo da fonte, assegurado aos jornalistas pela Constituição”, violado pela Operação Sofisma.
Confira na íntegra a nota publicada pelo ex-presidente da Agecom
“Estou sendo vítima de uma terrível violência, cujo ápice se deu na última quinta-feira. Fizeram uma operação de busca e apreensão em minha casa. Antes, grampearam os celulares de minha mulher, meu filho de 19 anos, que tem Síndrome de Down, e o meu, como se neles fosse possível encontrar algo criminoso.
Junto com meu advogado, li e reli o processo todo, cujo acesso somente foi facultado ontem. Não encontramos nenhuma imputação válida de crime contra mim, minha mulher e meu filho.
Criminalizaram minhas opiniões e ideias. A acusação que me fazem é de arquitetar matérias críticas ao governo Caiado. Isso não é crime. Violentaram o princípio da inviolabilidade do sigilo da fonte, assegurado aos jornalistas pela Constituição. Está claro que é uma ação de perseguição orquestrada pelo governo Caiado porque fui assessor de Imprensa do então governador Marconi Perillo. Constrangem os críticos do governo e intimidam adversários e jornalistas.
Confio na Justiça de meu Estado, até agora induzida ao erro por uma retórica moralista. Com a verdade haverá a reparação de meus direitos de cidadão, feridos nessa operação. Temo por novas violências e armações, não só contra mim, mas contra todos que por um acaso esbarrem nos interesses dos atuais detentores do poder em Goiás. Estamos diante de um estado policialesco e perseguidor, que não se ocupa dos reais anseios da sociedade.
Apelo a todas as pessoas de formação democrática à união neste grave momento para defender a liberdade de imprensa e combater o coronelismo.
João Bosco Bittencourt
Jornalista”