Após o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, criticar a Operação Sofisma, deflagrada pela Polícia Civil, o secretário de Segurança Pública do Estado, Rodney Miranda, disse que “causa estranheza” a preocupação do ex-político com operações policiais. “Parece que o título de bacharel em direito conquistado por Marconi, não proporcionou a ele o mínimo de conhecimento jurídico. Ele deveria saber que uma operação da polícia não se faz pela vontade de A ou de B”, rebateu.
Nesta quinta-feira (23/1), Marconi Perillo emitiu uma nota resposta a respeito da ação da PC, realizada por meio da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap). No texto, Marconi diz que a ação causa “profunda estranheza” a se restringir a apenas três veículos de comunicação. Os casos investigados ocorreram durante o governo tucano em Goiás.
A Operação Sofisma apura fraudes na contratação e superfaturamento de contratos celebrados a partir de 2014 entre Agecom, atual Agência Brasil Central (ABC), Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) e empresas especializadas em comunicação digital (blogs e sites) via internet, cujo objeto seria a divulgação de campanhas educativas relacionadas a diversos órgãos do Estado de Goiás.
Por que esse grau todo de preocupação do ex-governador?, pergunta Secretário de Segurança a Marconi
Na nota resposta, Rodney Miranda afirma que Marconi, quando à frente do governo de Goiás, perseguia quem pensava diferente dele. Leia na íntegra:
Causa estranheza o nível de preocupação do ex-governador Marconi Perillo, por meio de sua assessoria especial, com as operações policiais que estão ocorrendo no Estado de Goiás. Isso demonstra que o fato das polícias terem total autonomia para investigar a roubalheira disseminada incomoda Marconi, que tem 32 processos por improbidade administrativa e 4 criminais nas costas. Por que esse grau todo de preocupação do ex-governador? Esses esquemas investigados tinham alguma orientação superior?
Parece que o título de bacharel em direito conquistado por Marconi, não proporcionou a ele o mínimo de conhecimento jurídico. Ele deveria saber que uma operação da polícia não se faz pela vontade de A ou de B, mas sim com provas e documentos que são levantados e analisados pelo Poder Judiciário. E daí são dadas as autorizações para cumprimento de mandados, apreensões, ouvir suspeitos e efetuar prisões.
É verdade que Marconi se notabilizou por interferir nas ações das polícias e não deixava que elas cumprissem o seu papel. Perseguia quem pensava diferente dele. Mas esse tempo acabou. As polícias têm autonomia. A Justiça cumpre o seu papel, autorizando ou não as ações. Instituições democráticas não existem pra servir a governantes, mas sim a população de Goiás. Mas Marconi, que se achava dono das instituições, revela-se um autêntico Rábula do Cerrado.
Por fim, causa estranheza maior ainda o fato de o ex-governador ter posto em cheque a credibilidade de todos os veículos de imprensa, tentando colocar em um só balaio o jornalismo sério do Estado de Goiás, e os sites e blogs ora investigados por superfaturamento de contratos de publicidade em suas gestões. Típico de alguém que se tornou um notório perseguidor de jornalistas. Este é o conceito que tem da imprensa goiana, ex-governador? Então, o guarde para si.
O que diz a nota de Marconi Perillo
Marconi disse, por meio de nota, que a operação “é a verdadeira face de um governo ineficiente e inoperante, que não aceita lidar e conviver com os princípios democráticos da crítica e do contraditório”. Leia na íntegra:
Causa profunda estranheza o fato de a operação policial em questão se restringir unicamente a três veículos de comunicação, que juntos somam mais de 4 milhões de acessos mensais em seus sites e têm em comum linha editorial independente e combativa, que aponta os erros do atual governo.
A pergunta que fica é: Por que não investigam todos os outros órgãos de imprensa que também receberam mídias do governo anterior? As contratações dos espaços publicitários nesses veículos foram realizadas absolutamente de acordo com a legislação, respaldadas em licitação. As agências tinham autonomia para, com base em audiência e público, definir a veiculação das campanhas de prestação de contas do governo.
Essa ação policial de hoje tem nome: Operação Censura. É a verdadeira face de um governo ineficiente e inoperante, que não aceita lidar e conviver com os princípios democráticos da crítica e do contraditório, e que se mostra cada dia mais próximo da política adotada por Joseph Goebbels, o mentor da comunicação do governo de Adolf Hitler: perseguir a imprensa livre e repetir mentiras, infinitas vezes, para tentar transformá-las em verdades.