O personal trainer Murilo de Morais Segurado, acusado de tentar matar a namorada, foi mandado a júri popular. A decisão foi proferida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da comarca de Goiânia. Contudo, a data do julgamento ainda não foi definida porque a defesa ainda pode entrar com recurso.
O crime ocorreu em agosto do ano passado, no Residencial Eldorado, em Goiânia. Murilo espancou a namorada com socos e chutes na cabeça, considerada região letal. O crime foi registrado por câmeras e segurança e o personal trainer foi preso em flagrante. No entanto, Murilo foi solto quase dois meses depois após Justiça aceitar um pedido de habeas corpus de sua defesa.
Segundo o magistrado, é necessário que o personal trainer passe pelo júri popular, para que todas as dúvidas e contradições existentes no processo possam ser sanadas pelo Conselho de Sentença, composto por sete jurados.
“A decisão de pronúncia encerra o simples juízo de admissibilidade da acusação, exigindo o ordenamento jurídico somente o exame da ocorrência do crime e de indícios de sua autoria, não se demandando aqueles requisitos de certeza necessários à prolação de um édito condenatório, sendo que as dúvidas, nesta fase processual, resolvem-se a favor da sociedade, mesmo que em detrimento do direito individual”, explicou Jesseir Coelho.
Personal trainer espancou namorada com chutes e socos após saírem de igreja, em Goiânia
No dia 28 de agosto de 2019, Murilo, que já foi denunciado por tentativa de homicídio pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), procurou a namorada querendo conversar após uma discussão por “motivo banal”. Ao chegar na casa da então namorada, ela o informou que estava para a igreja e ele se dispôs a ir junto.
Segundo a vítima, ao entrarem no carro dela Murilo ficou agressivo. Ela contou que o pediu para ele descer do veículo, mas ele se negou a atendê-la. A mulher, então, saiu do carro e o personal trainer, logo após também desembarcar, a acertou com um soco na cabeça. Ela caiu e sofreu uma sequência de golpes, sendo atingida várias vezes na cabeça. A vítima teve o braço quebrado.
Mesmo com a presença de um policial civil que passava pelo local, Murilo continuou as agressões. Ele só parou de socar e chutar a vítima depois que o policial disparou um tiro para o alto. Murilo, então, tentou fugir, mas foi rendido e preso pelo policial e por populares.
O relacionamento do casal durou quatro anos e foi marcado por brigas e históricos de agressões físicas em razão do comportamento agressivo de Murilo.