Misael Pereira Olair, de 22 anos, foi condenado a 24 anos e 5 meses de prisão por matar uma adolescente em uma escola de Alexânia. A pena deve ser cumprida em regime fechado.
Conforme os autos, o crime foi cometido por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino (feminicídio). De acordo com o juiz Fernando Augusto Chacha Rezende o “homicídio foi premeditado e consumado em pelo horário de aula”.
Além da condenação, ainda foi estabelecida uma indenização por danos morais em favor da família da adolescente, Raphaella Novisk Roman, de 16 anos, morta dentro da escola onde estudava. Conforme a decisão, o valor mínimo da indenização é de R$ 150 mil reais.
Durante depoimento, Misael alegou que, cerca de dois a três anos antes do crime, ele teria começado a escutar a voz de uma mulher chamada Lilith, que é uma figura demoníaca da mitologia.
Entretanto, ele alegou saber o que estava fazendo no momento do crime e disse não ter sido ordenado por tal voz que ouvia. Misael contou que nunca falou para alguém que escutava vozes e também não procurou atendimento médico.
Ao ser questionado, Misael disse que está arrependido de ter cometido o crime e que faria diferente, se pudesse. Segundo o jovem, o crime envolveu “ódio” e “tristeza”, pois Raphaella Novisk não quis namorar ele.
Um laudo pericial foi anexado junto ao processo judicial, onde a conduta social de Misael foi descrita como a de uma pessoa que “não expressa afeição ou empatia com o próximo, necessitando de longo período de afastamento para a reparação/prevenção de novo delito”.
Relembre o caso do jovem que foi condenado a 24 anos de prisão por matar adolescente em escola de Alexânia
O crime ocorreu no dia 6 novembro de 2017. Na ocasião, Misael chegou à escola por volta das 8h em um carro dirigido por um amigo, identificado como Davi, pulou o muro e foi até a sala de aula onde estava Raphaella. Ele estava mascarado e, em um primeiro momento, a jovem e os colegas pensaram se tratar de uma brincadeira.
Misael sacou um revólver calibre 32 de uma mochila que carregava e atirou 11 vezes contra Raphaella. A maioria dos disparos atingiu a cabeça e a região da face da adolescente, que morreu no local. Após o crime, Misael deixou a escola também pelo muro e fugiu com o amigo que o esperava do lado de fora.
A Polícia Militar foi acionada e o autor e o comparsa de fuga foram presos em flagrante. Preso, Davi José de Souza, amigo de Misael, alegou que não sabia que ele cometeria o crime e que apenas o levou até a escola. De acordo com o juiz, Davi foi impronunciado, por considerar os “indícios da autoria duvidosos, incertos, frágeis, inconsistentes e superficiais”.