Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Paraná resultou em três prisões no Estado de Goiás. Urologistas são suspeitos de cometerem irregularidades na aquisição de objetos cirúrgicos. Com reutilização de materiais descartáveis, os médicos lucravam até 75%.
Os materiais descartáveis, originais, custam em torno de R$ 1.200, mas eram adquiridos pelos médicos por cerca de R$ 250 a R$ 300, já usados e reutilizados por diversas vezes. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.
Conforme as investigações, os médicos urologistas tinham pleno conhecimento da procedência irregular dos equipamentos cirúrgicos. Os profissionais da saúde então revendiam os materiais como se fossem novos para pacientes particulares submetidos a procedimento cirúrgico.
Durante a a manhã desta quarta-feira (11/12), 20 mandados judiciais foram cumpridos em endereços relacionados a médicos urologistas do Paraná e Goiás. Foram efetuadas oito prisões temporárias e 12 mandados de busca e apreensão. Além dos médicos, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária também são alvos da operação.
Em Goiás, foram cumpridos três mandados de prisão e três de busca e apreensão, sendo nas cidades de Goiânia e Rio Verde. As diligências contaram com o apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor do Estado de Goiás (Decon) e da 8ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
Operação Autoclave: que investiga a reutilização de materiais descartáveis, onde médicos lucravam até 75%, em Goiás
A Operação deflagrada nesta quarta-feira (11/12) é um continuação da Operação Autoclave, desencadeada pela Polícia Civil do Paraná em setembro deste ano, para investigar a reutilização de materiais cirúrgicos. Na ocasião foram cumpridos 12 mandados judiciais em Maringá, Sarandi e Mandaguaçu, sendo três mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e sete de busca e apreensão.
As investigações tiveram início em março, após uma denúncia feita na cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Os alvos eram funcionários de empresas que fornecem equipamentos e materiais cirúrgicos para médicos do estado paranaense. Os suspeitos revendiam o material de forma clandestina para médicos.