A polícia da região metropolitana de Manchester, na Inglaterra, prendeu neste domingo um homem suspeito de cometer ofensas racistas contra o meia brasileiro Fred, durante o clássico de Manchester, no Etihad Stadium, no sábado, que terminou com vitória do United por 2 a 1.
“A polícia foi chamada a uma denúncia de um torcedor fazendo supostos gestos e sons racistas em relação aos jogadores durante o derby entre Manchester City e Manchester United”, disse a polícia, por meio de um comunicado. A corporação informou que o suspeito de 41 anos foi preso em razão da “ofensa à ordem pública agravada por racismo e permanece sob custódia para interrogatório”.
O superintendente da divisão policial de Manchester, Chris Hill, repudiou o ato, dizendo que “qualquer tipo de racismo não tem lugar no futebol ou em nossa sociedade e espero que essa prisão mostre que estamos levando esse assunto muito a sério”.
“Continuaremos a conversar com os clubes Manchester City e Manchester United sobre este incidente e investigaremos outras linhas de investigação”, acrescentou Hill. A Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) também está investigando o caso.
Fred foi vítima de injúria racial durante o segundo tempo da partida válida pelo Campeonato Inglês. Quando o United vencia o jogo por 2 a 0, torcedores do City atiraram vários objetos no gramado e imitaram sons de macaco no momento em que o brasileiro se preparava para cobrar um escanteio.
As imagens foram registradas pela transmissão da partida e se espalharam rapidamente pelas redes sociais. Cerca de meia hora após o fim do clássico, o City emitiu um comunicado condenando a ação de parte dos torcedores e informando que o torcedor racista seria banido do clube para sempre.
“O Manchester City trabalha com um programa de tolerância zero em relação a qualquer tipo de discriminação. Qualquer um que for considerado culpado de racismo será banido do clube pelo resto da vida”, diz um trecho da nota.
Fred se manifestou sobre o caso após o jogo, em entrevista à ESPN Brasil. “Infelizmente, a gente está em uma sociedade um pouco atrasada, em pleno 2019 a gente ainda tem de conviver com isso”, afirmou. “É triste, mas a gente tem de levantar a cabeça, bola para frente, tem de esquecer isso. Eu falei com o árbitro depois do jogo e eles vão tomar as providências e ponto final”.
Criada para ajudar no combate ao racismo e outros preconceitos e promover a igualdade e a inclusão no futebol, a organização inglesa Kick It Out afirmou que entrará em contato com os clubes para “oferecer nosso apoio e espera que sejam tomadas medidas rápidas para identificar os infratores”.