João de Deus recebeu nesta segunda-feira (2/11) a 11ª denúncia por estupro de vulnerável contra mais quatro mulheres, em Abadiânia.
Desta vez, as vítimas são do Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal, e teriam sido estupradas pelo médium durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola. Na época, as vítimas tinham entre 25 e 40 anos.
Conforme a denúncia, os crimes sexuais aconteceram entre os anos de 2010 e 2016. Nos autos ainda consta o depoimento de outras sete mulheres que também afirmam ter sido vítimas dos abusos, mas os crimes já foram prescritos, que indica a perda do direito do Estado de punir o autor de um crime por seus atos naquele caso.
No total, 87 mulheres tiveram os crimes sofridos prescritos, agora são testemunhas em outros casos. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), 319 já procuraram o órgão afirmando que foram vítimas do médium. Até o momento, 194 denúncias já foram formalizadas.
Além dos abusos, as vítimas afirmam que também eram vítimas de ameaças espirituais, onde o médium dizia que elas não poderiam engravidas ou seriam alvos de trabalho de macumba.
Com essa denúncia, já são contabilizadas 57 vítimas de João de Deus. Caso seja condenado por todos os crimes, a pena pode chegar a 456 anos de prisão.
Por meio de nota, o advogado do Médium, Anderson Van Gualberto, alegou que o MP está fazendo um “um verdadeiro espetáculo público do meu cliente”. Ele ainda afirmou que serão tomadas medidas para garantir a vida do cliente, que está “sendo submetido a uma pena degradante e cruel dentro do cárcere”, completou.
Em sua primeira condenação, João de Deus deve responder em regime aberto
O médium recebeu sua primeira condenação no dia 7 de novembro pelo crime de posse ilegal de arma de fogo em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal.
Nesta condenação, ele deve responder a 4 anos de prisão em regime aberto. Apesar da decisão, o médium continua preso, pois ainda é acusado por crimes sexuais cometidos durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
A defesa do médium disse que vai recorrer da decisão, pois, apesar de poder responder pelo crime arbitrado em liberdade, a juíza Rosângela Rodrigues manteve a prisão. Sendo assim “um nítido contrassenso, aplicou regime mais brando e impôs a prisão em regime fechado ao meu cliente”, afirmou a defesa.
O processo segue em segredo de justiça, por isso, não foram divulgadas maiores informações sobre a sentença. Ele permanece preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.