O município de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, recebe na manhã desta sexta-feira (29/11) a 24ª audiência pública promovida pela CPI da Enel, que está visitando municípios goianos para ouvir as demandas e reclamações da população sobre o fornecimento de energia elétrica por parte da empresa italiana. O presidente da CPI, deputado Henrique Arantes (MDB), adiantou que os parlamentares da Comissão já têm “material suficiente para incriminar” a Enel de Goiás.
A comissão vem realizando uma série de audiências públicas, no interior do estado, colhendo reclamações sobre prestação de serviços por parte da Enel, e deve continuar o trabalho até o dia 18 de dezembro. Nos dias do itinerário da CPI, 16, 17 e 18 de dezembro, serão ouvidas as populações de Niquelândia, Minaçu e Goiatuba.
O deputado Henrique Arantes, assim como o relator Cairo Salim (Pros) e demais membros da comissão, fizeram uma avaliação positiva do trabalho realizado até agora. Arantes chegou a revelar que a CPI já reuniu depoimentos e documentos necessários para indiciar a Enel. “Já temos material suficiente para incriminar a empresa italiana”, ressaltou o parlamentar, que pretende avançar para a conclusão dos trabalhos que investigam ações da responsável pelo fornecimento e distribuição de energia em Goiás.
Trabalhos da CPI da Enel influenciaram em multa milionária tomada pela empresa
A CPI da Enel, conforme afirmado pelo deputado estadual Alysson Lima (PRB), foi um fator determinante para a aplicação da multa de R$ 62 milhões de reais aplicada por parte do Estado de Goiás contra a empresa italiana de energia. Porém, em entrevista a jornal local, Lima disse que o efeito da CPI é político, e não prático.
Depois de ser multada em R$ 62 milhões pela Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), devido a “prestação inadequada de serviços” em Goiás, a Enel se posicionou e reforçou, por meio de nota oficial, que cumpre o plano de investimento energético, acordado com o governo estadual. O documento foi assinado no dia 26 de agosto deste ano, no qual a empresa se comprometeu a ampliar em 26% a capacidade da rede de distribuição nos próximos três anos, além de melhorar as perdas na distribuição da rede atual e também a aumentar o número de conexões rurais, entre outra ações.
O auto de infração que prevê a multa de R$ 62 milhões foi entregue à diretoria da Enel Goiás, em Goiânia, na tarde desta segunda-feira (18/11). No texto de resposta, a Enel informou que analisa o documento recebido, mas que reitera o compromisso com o estado de Goiás.
Leia o posicionamento na íntegra:
A Enel Distribuição Goiás informa que a multa aplicada pela AGR, após fiscalização realizada em junho, se refere a questões relacionadas ao atendimento comercial no período de 2018 e início de 2019. A companhia acrescenta que está analisando o teor do relatório recebido hoje da AGR e reitera seu compromisso com o Estado para continuação do plano de investimentos que tem sido cumprido, como acordado com o governo estadual, Ministério de Minas Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).