A turbulência pela qual a empresa italiana de fornecimento e distribuição de energia elétrica Enel vem passando em Goiás parece não afetar muito sua imagem, em nível global, quanto a outros aspectos. A empresa, que trava uma guerra com o Estado e vê sua concessão “andar na corda bamba” devido às contínuas e apontadas falhas na prestação de serviço no estado, acabou de receber, pela primeira vez, a classificação AAA da MSCI ESG Research (MSCI), provedora que mede o desempenho das companhias com base em fatores ambientais, sociais e de governança (ESG).
O CEO da Enel, o italiano Francesco Starace, comemorou a nova classificação e chegou a dizer que ela representa “o auge de um ano gratificante” para o compromisso da empresa com a sustentabilidade.
A empresa era classificada como AA até o ano de 2018.. Já a Enel Américas e a Enel Chile foram promovidas de BBB no ano passado para A em 2019.
Neste ano, a Enel lançou os primeiros títulos do mundo vinculados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, condicionando seu retorno financeiro a metas ambientais. Segundo Starace, também em 2019, a empresa foi a única global de serviços públicos e a única italiana a se juntar à Aliança Global de Investidores para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com o objetivo de “cooperar nos próximos dois anos na área de financiamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, acrescentou.
Com boa nota no quesito sustentabilidade em nível global, Enel em Goiás está próxima de ser indiciada por alegada má prestação de serviços
Enquanto a Enel, em âmbito global, é agraciada com boa classificação no critério de sustentabilidade, em nível regional ela não está nada bem no que se refere à relação com o Estado e prestação de serviços.
O presidente da CPI da Enel, deputado Henrique Arantes (MDB), adiantou que os parlamentares da Comissão já têm “material suficiente para incriminar” a empresa em Goiás.
A comissão vem realizando uma série de audiências públicas no interior do estado, colhendo reclamações sobre prestação de serviços por parte da Enel, e deve continuar o trabalho até o dia 18 de dezembro. Nos dias do itinerário da CPI, 16, 17 e 18 de dezembro, serão ouvidas as populações de Niquelândia, Minaçu e Goiatuba.
O deputado Henrique Arantes, assim como o relator Cairo Salim (Pros) e demais membros da comissão, fizeram uma avaliação positiva do trabalho realizado até agora. Arantes chegou a revelar que a CPI já reuniu depoimentos e documentos necessários para indiciar a Enel. “Já temos material suficiente para incriminar a empresa italiana”, ressalta o parlamentar, que pretende avançar para a conclusão dos trabalhos que investigam ações da responsável pelo fornecimento e distribuição de energia em Goiás.