Dois médicos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste foram indiciados nesta terça-feira (19/11) pela morte da estudante de Arquitetura e Urbanismo Susy Nogueira, de 21 anos, que foi foi estuprada por um técnico de enfermagem enquanto estava internada na UTI da unidade hospitalar. Os médicos passam a responder, agora, por homicídio culposo com elementos de negligência.
Segundo a Polícia Civil, responsável pelo indiciamento, o abuso sofrido pela jovem, que veio a óbito no dia 26 de maio depois de 10 dias internada, agravou seu quadro de saúde.
A um veículo local, o delegado responsável pelo caso, Washington Conceição, declarou que tudo nos autos aponta para a responsabilidade desses médicos, que respondem agora por homicídio culposo agregado dos elementos de negligência, imprudência e imperícia.
Conforme o delegado, a conclusão da polícia foi a de que houve homicídio culposo e negligência na falta de investigação focada na doença que Susy tinha. Os nomes dos médicos indiciados não foram divulgados.
O delegado também apontou que o técnico em enfermagem denunciado por estuprar a jovem enquanto ela estava internada na UTI é parcialmente responsável pela morte dela também.
Por meio de nota, a OGTI, empresa responsável pela UTI do Hospital Goiânia Leste, disse que “ainda não teve acesso ao relatório de conclusão do inquérito policial”.
Morte de Susy Nogueira, a jovem que foi estuprada enquanto estava internada em UTI de Goiânia, causou consternação e tristeza
Antes lotadas de comentários elogiosos e interações divertidas de amigos, as redes sociais da jovem Susy Nogueira agora se enchem de mensagens de tristeza e luto. A estudante universitária goianiense veio a óbito no dia 26/5, após sofrer uma parada cardíaca na UTI de um hospital da capital, onde estava internada desde o dia 16/5. Entretanto, a imensa dor causada aos amigos e familiares de Susy pela morte da moça foi acrescida de indignação e sede de justiça, uma vez que veio à tona que Susy foi vítima de estupro dentro do hospital por, como apontaram as investigações, um técnico de enfermagem que justamente deveria auxiliar na sua recuperação.
Consternado e com poucas palavras, Vanderly, pai de Susy, conversou com a reportagem do Dia Online na ocasião da morte da filha. Em uma rápida conversa de pouquíssimas palavras, o homem falou sobre a jovem Susy e relembrou uma das principais características da filha: “Era uma menina alegre, normal…”. Ele conta que Susy foi internada na UTI do Hospital Goiânia Leste, no Setor leste Universitário, em Goiânia, depois de ter uma crise convulsiva durante a aula. Susy estava no 4º ano do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).
Em tom conciso e triste, Vanderly revela que a filha tinha crises convulsivas frequentemente, mas que as mesmas passavam rápido após o tratamento correto. Mas o que o pai de Susy não sabia era que a filha sofreria uma das piores violações a que um ser humano pode ser submetido, justamente no local onde deveria ser cuidada e protegida. Algum tempo depois de ser internada, Susy contou à uma enfermeira da UTI que havia sido estuprada por um dos técnico de enfermagem.
“Ela foi internada no dia 16 [de maio], e morreu no dia 26 [do mesmo mês]. O resto é aquilo que eu acho que você já sabe…”, diz Vanderly, com a voz abatida. O pai de Susy aproveita a deixa para encerrar a conversa, visivelmente abalado com toda a situação.
Por uma rede social, um dos amigos de Susy publicou uma mensagem, entre várias outras, que resumiu com intensidade toda a tragédia, revolta e tristeza envolvendo a morte da jovem: “Está doendo muito, ainda não caiu a ficha”.
O técnico de enfermagem de 41 anos acusado de estuprar Susy enquanto ela estava internada na UTI do hospital se apresentou no início da tarde do dia 28/5 à Delegacia de Polícia Civil, onde ficou preso. Um mandado de prisão havia sido aberto contra ele no dia anterior.