A rádio BandNews FM de Goiânia publicou, no início da tarde desta segunda-feira (18/11), uma nota oficial onde comunica o afastamento do jornalista goiano Luiz Gama, que atuava como comentarista de esporte no programa Feras do Esporte. A decisão do veículo veio após a repercussão de um comentário de cunho homofóbico publicado pelo radialista em suas redes sociais, onde ele afirma que um determinado profissional da comunicação somente ascendeu na carreira porque tornou pública sua homossexualidade.
Na nota publicada, a BandNews FM reafirma que não interfere nos posicionamentos externos de seu quadro de funcionário, entretanto, argumenta que mesmo os comentários de Luiz Gama tendo sido feitos de maneira individual e dissociada do posicionamento da emissora, a rádio age para combater qualquer forma de discriminação.
A emissora completa informando que, em comum acordo com a equipe do programa Feras do Esporte, determinou o afastamento de Luiz Gama, que, segundo ela, “adotou caminho contrário” à postura do veículo.
Veja a nota abaixo na íntegra:
“Não cabe à BandNews FM Goiânia fazer juízo ou patrulhamento sobre posições pessoais de seus funcionários quando adotadas fora do ambiente da programação ou da produção jornalística.
Por outro lado, o conjunto de ideias e posicionamentos de seu grupo de jornalistas, âncoras e comentaristas, fazem da Band News FM uma forte aliada na defesa de valores importantes para uma sociedade saudável, equilibrada e justa. Com tal postura, a Band News FM Goiânia combate com convicção quaisquer manifestações de preconceito, intolerância ou discriminação.
Desta forma, mesmo se tratando de iniciativa exterior, individual, dissociada do posicionamento da emissora e dos ideais que ela defende, informamos que não se manterá como parte da equipe qualquer funcionário que tenha comportamento adverso a estes valores.
Em comum acordo com a equipe Feras do Esporte, iniciamos renovação de quadro funcional no sentido de afastar o funcionário (Luiz Gama) que adotou caminho contrário a esta postura.”
Relembre o caso do jornalista goiano que foi acusado de publicar conteúdo na internet de cunho homofóbico
Uma publicação do jornalista goiano Luiz Gama feito em suas redes sociais, na noite da última quarta-feira (13/11), gerou uma avalanche de críticas por parte de seus seguidores devido ao suposto teor homofóbico do texto. No post, o comentarista esportivo de rádio e dono do blog Canal Gama disse que “queimar a rosca agora é moda”, e que um determinado apresentador de telejornal só “virou a bola da vez” porque tornou pública sua homossexualidade.
A postagem do jornalista começou a repercutir no dia seguinte devido ao conteúdo considerado ofensivo. Pelo Facebook e Twitter, Gama publicou: “Putz! Onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f…”
Ao que tudo indica, a crítica com teor homofóbico foi direcionada a Matheus Ribeiro, jornalista e apresentador de um dos principais telejornais da TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás. No último sábado (9/11), Matheus, representando Goiás, apresentou o Jornal Nacional ao lado de Larissa Pereira, que representou a Paraíba, numa edição especial de aniversário do maior telejornal da emissora global.
Recentemente, antes de subir à bancada do JN, Matheus Ribeiro tornou pública sua homossexualidade, assim como seu relacionamento com o militar Yuri Piazzarollo.
Nas redes sociais de Luiz Gama, os seguidores não pouparam críticas. Um internauta comentou no post: “Comentário preconceituoso, vergonhoso e imoral, te acompanho de muito tempo amigo, não precisa chegar nesse ponto para ganhar notoriedade”; enquanto um outro disse “Apaga isso aí irmão URGENTE, você foi infeliz no comentário”. Veja alguns dos comentários aqui.
Procurado pela reportagem do Dia Online, Luiz Gama negou ter sido homofóbico, mencionando o fato de que tem um filho negro e uma irmã homossexual. Segundo Luiz, sua mensagem foi que “que da mesma forma que ninguém deve julgar a capacidade do outro pela cor de sua pele ou pela sua opção sexual, também não pode e não deve esconder a incapacidade de alguém só por causa da cor da pele ou por causa da sua opção sexual declarada”.