Diante da câmera do celular da mãe, a pequena Ana Sofia, de 5 anos, solta a voz e se apresenta sem rodeios, contando seu nome, idade e a naturalidade maranhense. Mas antes de homenagear seu cantor predileto, o mineiro Gusttavo Lima, cantando a música ‘Ela não vale um real’, Ana Sofía revela seus dois maiores sonhos: ser cantora e enxergar. A pequena perdeu a visão ainda recém-nascida, e desde então seus pais seguem em busca de um tratamento que possa lhe devolver o privilégio de enxergar normalmente.
A família de Ana Sofia é natural de Vão do Marco, um pequeno povoado no Maranhão. Com dois meses de vida, a menina sofreu uma convulsão e, depois de complicações em decorrência disso, acabou tendo a visão prejudicada. Segundo a mãe, Milena Moraes, de 23 anos, a filha conta com menos de 5% da capacidade de enxergar.
Tanto Milena quanto o marido, pai de Ana Sofia, estão desempregados. Os dois trabalhavam como lavradores no Maranhão, entretanto, ao serem informados que o tratamento para a filha na terra natal seria caro e moroso, decidiram rumar, há cerca de 20 dias, para Goiânia, capital referência em tratamentos de cegueira. A família composta por quatro pessoas – Milena, o marido, Ana Sofia e outra criança (recém-nascida) – vive de aluguel em dois cômodos no setor Finsocial.
Segundo a mãe de Ana Sofia, a renda atual da família vem da pensão da filha, no valor de R$ 950 reais, e o benefício Bolsa Família, no valor de R$ 212 reais. Desse montante, dividido para quatro pessoas, Milena ainda precisa tirar o valor do aluguel: R$ 300 reais.
Porém, as condições precárias em que a família está vivendo parecem não ofuscar o brilho de Ana Sofia. A mãe diz que cantar é seu passatempo preferido. “Ela fica cantando o tempo todo, onde ela vai. Ela gosta muito das músicas do Gusttavo Lima, sabe”, conta. Em um vídeo gravado pelo celular, Ana Sofia dá uma palinha de seu gosto pela música. Veja abaixo:
Tratamento para recuperar visão de Ana Sofia só tem efeito até os 8 anos de idade
A mãe da pequena Ana Sofia conta que, no Maranhão, foi informada pelos médicos que o tratamento para reversão da cegueira da filha deve ser feito até os 8 anos de idade dela. Após esse prazo, as chances da menina, que tem 5 anos, recuperar a capacidade de enxergar através do tratamento específico são baixíssimas.
A mulher diz que, ao chegar em Goiânia, foi exigida a transferência do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) de lá para a capital goiana, o que ainda não foi feito. “Falaram que era três meses, antes disso não tem como fazer nada”.
O primeiro passo para o início do tratamento de Ana Sofia é uma ressonância magnética, procedimento que também não foi realizado devido a falta de recursos financeiros da família e o prazo de transferência do cartão do SUS. Enquanto aguarda, Milena relata que a família passa por sérias dificuldades. “A gente ganha cesta básica de vez em quando, mas não é sempre”, conta.
Ana Sofia está fora da escola, e no Maranhão só assistia aulas como ouvinte, uma vez que, conforme a mãe, a escola não possuía acompanhamento especial para crianças com deficiência.
A família busca por ajuda para custear o tratamento da menina Ana Sofia, uma vez que existe uma “data limite” para que o procedimento seja realizado com eficácia. Para quem se dispuser a ajudar, o telefone para contato é (62) 98482-6328.