Uma operação deflagrada na última semana, realizada através da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), levou à prisão de três homens em Goiânia, sendo dois deles membros de uma família cigana cuja rixa resultou em dezenas de mortes ao longo dos anos e em vários estados. Em um dos casos, membros dessa família sequestraram um primo e, após receberem um valor abaixo do pedido pelo resgate, mataram e decapitaram a vítima, mandando a cabeça para seu pai.
A Operação Nômade foi deflagrada no dia 31/10 e culminou na prisão preventiva de Pascoal Dantas, Jonatas Dantas e outro identificado somente pelas iniciais M. C. J. Pascoal e Jonatas foram presos pelo homicídio de José Paulo de Almeida Dantas, membro da mesma família, ocorrido no dia 2/11 de 2018, no município de Eunapóis, Bahia.
De acordo com a Polícia Civil, na ocasião do crime, o pai de José Paulo, Adnoel Marques, ficou ferido. Os autores e vítima do crime ocorrido na Bahia fazem parte de uma família cigana cujos membros vêm se matando há gerações em diversos estados do Brasil, onde se enfrentam quando se encontram.
Já M.C.J., que costumava fornecer munição e armas para os membros da família, foi preso por uma tentativa de homicídio que deixou a vítima tetraplégica.
Rixa de família cigana levou a sequestro que terminou em decapitação
No ano de 2017, os irmãos Pascoal e Luciano Dantas sequestraram seu primo Iranildo Gama Queiroz e exigiram R$ 5 milhões de reais para liberá-lo.
O pai da vítima pagou o valor de R$ 500 mil reais, entretanto, Iranildo foi morto, esquartejado e teve sua cabeça enviada para seu pai. Ainda em 2017, outro irmão, Nivaldo Dantas tentou matar Pascoal Dantas, preso na operação Nômade, e na mesma ocasião matou Gabriel Dantas, filho de Pascoal e genro do próprio Nivaldo.
Já em 2018, em Palmas, Tocantins, o pai de Iranildo, Zanata Dantas, contratou pistoleiros para que matassem o maior número possível da família de Luciano e Pascoal. Na emboscada, Luciano, sua esposa Vilma e seu irmão, Florisvaldo Dantas, escaparam da emboscada feridos, mas o filho de Luciano, João Vitor, morreu a caminho do hospital. Luciano foi assassinado meses depois em Rondônia.
Segundo a Polícia Civil, a rixa familiar já contabiliza dezenas de mortos entre membros da família e 13 tentativas de homicídio. As mortes ocorreram nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão, Rondônia e no Distrito Federal.
Na diligência que resultou na prisão de Pascoal Dantas e Jonatas Dantas, foram apreendidas armas de fogo e munições de diversos calibres. Os presos foram encaminhados à Casa de Prisão Provisória, onde estão à disposição do Poder Judiciário.