O vice-governador de Goiás Lincoln Tejota recebeu, na manhã da última sexta-feira (1/11), o embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt Ariztía. O objetivo do encontro foi uma tentativa por parte do governo estadual de estreitar as relações comerciais e institucionais com o vizinho latino-americano, que vive uma grave crise nacional.
Na reunião, a equipe técnica do governo de Goiás apresentou dados visando impulsionar o comércio com o Chile. Tejota buscou mostrar a Ariztía que o estado conta com potencialidades como investimento em infraestrutura para transporte da produção, posição logística estratégica e a internacionalização do aeroporto de Goiânia. No encontro, foi abordado inclusive o desejo de implantar voos diretos entre Goiânia e Santiago, capital do Chile.
O vice-governador argumentou que Caiado tem trabalhado para criar um ambiente “mais favorável para o investimento e desenvolvimento econômico”. O embaixador chegou a ser convidado por Tejota para participar, junto com investidores chilenos, de missões para conhecer os benefícios que podem ser oferecidos por Goiás. Tejota destacou tentou destacar a face turística do estado e informou a Ariztía que Goiás possui mais de 90 cidades com potencial turístico.
Atualmente, Goiás importa do Chile produtos como vinhos e adubos minerais ou químicos e exporta carne bovina. O Brasil é o 3º país de origem das importações chilenas.
Reunião de embaixador do Chile com representante do governo de Goiás ocorre durante grave crise no país
O governo chileno tem visto o país se afundar num cenário caótico com os protestos populares que ganharam força nas últimas semanas.
Os protestos já contabilizam 20 mortos e 9 mil presos, de acordo com o Ministério da Justiça e Direitos Humanos chileno. O balanço inclui dados de mortes e feridos contabilizados a partir de 19 de outubro, quando começaram os protestos e os tumultos.
A crise começou quando o governo decidiu aumentar o preço das passagens de metrô em 30 pesos, atingindo um valor máximo de 830 pesos. Entretanto, políticos e especialistas afirmaram que o aumento da tarifa do metrô é apenas a “ponta do iceberg” dos problemas que os chilenos estão enfrentando.
A palavra “desigualdade” foi a que mais ganhou força nos últimos dias, com centenas de manifestantes insistindo que a diferença social entre pobres e ricos no país é excessiva.
Conforme a última edição do relatório Panorama Social da América Latina, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a parcela de 1% mais rica da população chilena manteve 26,5% da riqueza do país em 2017, enquanto 50% das famílias de baixa renda representavam apenas 2,1% da riqueza líquida.