O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás, o Sintego, publicou na manhã desta terça-feira (22/10) uma nota onde manifesta repúdio ao que o sindicato chamou de ‘exposição de crianças e adolescentes a situações vexatórias e de constrangimento no ambiente escolar’. A nota se refere a um caso ocorrido em um colégio militar de Goiás na última sexta-feira (18/10), onde uma estudante denunciou que ela e seus colegas foram submetidos a uma revista em que tiveram que ficar nus.
A revista, segundo a estudante, foi realizada por uma policial, no banheiro feminino, e um policial, homem, no banheiro masculino. O procedimento de revista estaria sendo realizado no Colégio Militar João Augusto Perillo, localizado na cidade de Goiás, devido a uma denúncia de envolvimento de estudantes de uma determinada turma com tráfico de drogas. De acordo com a aluna, ela e alguns colegas tiveram que ficar completamente nus no banheiro para serem revistados.
Na nota publicada, o Sintego declarou que mesmo com a denúncia, esse “tipo de intervenção é opressiva, inapropriada e abusiva”. “Não aceitaremos calados nenhum tipo de violência física ou psicológica contra os/as estudantes/as, que apesar de estarem em um ambiente militarizado, continua sendo uma escola e não, o cárcere.”
O sindicato afirma ainda que neste ano lançou a campanha “A Educação pede Paz”, contra qualquer tipo de violência nas escolas, acompanhará o caso de perto, e “cobra a rápida apuração dos fatos”.
Pais se indignaram com procedimento realizado no colégio militar de Goiás
A um veículo local, a mãe da aluna que denunciou o ocorrido disse que nenhum pai e nem o Conselho Tutelar foram chamados para acompanhar a revista. Segundo a mulher, ela não tem nada a reclamar do ensino, “mas essa conduta foi muito violenta com as crianças”.
A revista teria sido feita com alunos de uma única sala, que tem quase 40 estudantes. Os pais contam que a justificativa da direção era que receberam uma denúncia de alunos que estariam envolvidos com tráfico de drogas.
Eles denunciaram o caso ao Conselho Tutelar, que encaminhou um relatório para o Ministério Público.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com a Polícia Militar, que está respondendo pelo caso, e aguarda um posicionamento.