O homem acusado de ter matado uma travesti em Goiânia no início deste mês, no Jardim América, foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (15/10). Jales Pires Borges Filho confessou ter esganado a travesti Ronaldo Antônio Gonçalves, a Rony, após um desentendimento na casa da vítima. Jales e Rony mantinham relações sexuais esporádicas mas não tinham um relacionamento, o que descarta a hipótese de crime passional.
O autor do crime é dependente químico, e sua prisão foi anunciada ontem pela polícia. Ele foi apresentado nesta manhã na Delegacia de Homicídios. Questionado pela imprensa sobre a autoria e as circunstâncias do crime, Jales preferiu ficar em silêncio.
De acordo com o delegado Francisco Costa, que conduziu as investigações, o acusado se apresentou à polícia quatro dias após o crime. O delegado conta que o motivo do crime, que ocorreu em 6 de outubro deste ano, teria sido um desentendimento entre o homem e a travesti. Os dois estavam na casa de Rony consumindo álcool, enquanto Jales também usava cocaína. Em um dado momento, o homem manifestou desejo de ir embora. Rony teria tentado impedir a partida dele, momento em que a discussão teve início e só terminou com a morte da travesti.
O delegado contou também que a hipótese de crime passional foi rejeitada, uma vez que, segundo ele, Rony e Jales, que se conheciam há três meses, mantinham relações sexuais esporadicamente mas não possuíam nenhum vínculo afetivo de namoro ou outro relacionamento.
Relembre o caso do homem que matou travesti em Goiânia após desentendimento
Na tarde de domingo (6/10) a travesti Rony Gonçalves, de 48 anos, foi encontrada morta e com sinais de agressão dentro de casa, na Rua C-176, Jardim América, em Goiânia. Familiares informaram na ocasião que ela estava com dois amigos na residência na noite anterior ao crime. O celular e a carteira da vítima foram levados.
Rony morava em um cômodo nos fundos da casa da mãe. A família teria estranhado sua demora para acordar e o fato de não estar atendendo o celular e resolveu ir chamá-la. Quando entraram no quarto ela estava nua, coberta com um lençol e com várias marcas de agressão.
Uma amiga de Rony informou que a travesti estava com outros dois amigos em sua casa, quando um deles foi embora e ficou apenas o outro, que foi Jales. Segundo ela, ninguém ouviu nada durante à noite.
De acordo com a polícia,Jales agrediu a vítima violentamente com socos. Rony, então, caiu no chão ao lado de sua cama, ocasião em que foi esganada até a morte.Em depoimento, Jales confessou a prática do delito.