As gêmeas siamesas que nasceram unidas pelo tórax e que compartilham uma veia coração continuam internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Materno-Infantil (HMI), em Goiânia. De acordo com boletim médico divulgado nesta terça-feira (1º/10), o quadro de saúde das recém-nascidas é estável e elas continuam respirando por aparelhos.
Conforme nota enviada ao Dia Online, as irmãs são assistidas por uma equipe multidisciplinar e pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, especialista neste tipo de caso. Porém, de acordo com o médico, não há possibilidade de cirurgia de separação, uma vez que os corações são colados, músculo com músculo e elas compartilham uma veia do coração, usada como ‘ponte’, que bombeia o sangue de uma para outra.
Gêmeas siamesas que compartilham veia do coração devem voltar para a Bahia, cidade onde mora a família
As gêmeas siamesas que compartilham veia do coração nasceram na última quinta-feira (26/9), no HMI. A mãe delas, que tem 34 anos, que é da região nordeste do Brasil, deu entrada na unidade de saúde no dia 24 de setembro e foi submetida a cesariana no dia 26. As gêmeas nasceram por volta das 15h28, com 34 semanas de gestação. Juntas, elas pesaram 3.044 quilogramas.
Como não há possibilidade de separação, elas devem ser transferidas para a Bahia assim que houver melhora no quadro clínico. Ainda não há previsão de alta.
Histórico
O HMI é referência em realizar a separação de gêmeos siameses. Já foram registrados, com esse, 41 casos de siameses e 18 separações. A primeira aconteceu em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevive à cirurgia. No HMI, esse índice chega a 50%.
Neste ano, esse é o segundo caso de gêmeas siamesas da Bahia em tratamento em Goiânia. O primeiro foi de Laura e Laís, que nasceram no dia 5 de agosto, com 36 semanas de gestação. Elas são unidas pelo abdômen e compartilham a bexiga, a bacia, os intestinos delgado e grosso, e o sistema urinário. Segundo o HMI, a cirurgia de separação deve ocorrer daqui a um ano.