A seca prolongada que se abateu sobre o estado de Goiás trouxe transtornos para a população e acabou agravando a crise hídrica da Bacia do Rio Meia Ponte, que abastece nove municípios incluindo parte da capital. Apara alívio dos goianos, a chuva chegou esta semana, mas isto parece estar longe de ser motivo de despreocupação. Segundo a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, a população deve se manter alerta a respeito do uso racional da água mesmo com a chegada da primeira chuva.
Conforme Vulcanis, o abastecimento de água no estado ainda não está normalizado, e “ainda é necessário um esforço coletivo para garantir” o afastamento da possibilidade de racionamento.
A titular da Semad lembra que o regime de chuvas em Goiás vem mudando nos últimos anos por causa do desmatamento e das mudanças climáticas. “Antigamente, as chuvas eram mais contínuas e em volumes menores, as chamadas ‘invernadas’, que propiciavam um encharcamento do solo, que, por sua vez, garantiam uma reserva hídrica para o período de seca”, afirmou em entrevista a um jornal local.
Andréa conta que hoje é possível notar um período chuvoso marcado por pancadas e tempestades, que não deixam o solo absorver de forma adequada esta água. A previsão é de que chova alguns milímetros nos próximos dias, entretanto o período chuvoso somente deve se restabelecer na segunda quinzena de outubro. “Sendo assim, a situação ainda exige atenção máxima”, alerta a secretária.
Governo de Goiás adotou medidas emergenciais contra crise hídrica em Goiás
Devido a crise no abastecimento em Goiás causada pela longa estiagem e pelo baixo índice de chuvas em 2019, o governo Caiado e a Semad realizaram uma série de ações emergenciais para evitar o racionamento de água em Goiânia e região.
Além da abertura de sete barramentos, foi restringida em 50% a captação de água nas propriedades rurais da Bacia do Meia Ponte e limitada a irrigação aos períodos noturnos, em horários vinculados à média de vazão do rio nas últimas 24 horas.
Em entrevista recente, a secretária ressaltou que o esforço tem conseguido manter a vazão do rio acima do nível crítico de 1.500 litros por segundo estabelecido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte.