O dono da clínica de reabilitação de Aragoiânia, preso na última terça-feira (24/9), foi encontrado morto dentro da cela em que estava, na Delegacia Estadual de Capturas (Decap), em Goiânia. Célio Luiz da Rocha, de 59 anos, havia sido preso temporariamente pela Polícia Civil de Guapó/Aragoiânia, que investiga casos de maus-tratos, cárcere privado, tortura e estupros na clínica no qual era proprietário. O estabelecimento está interditado.
Ele foi encontrado sem vida na noite de quarta-feira (25/9), um dia após a prisão, porém a informação só foi divulgada nesta sexta-feira (27/9). Suspeita-se que o homem tenha tirado a própria vida, uma vez que ele estava sozinho na cela. A morte de Célio Luiz será investigada pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH).
Clínica de reabilitação de Aragoiânia é investigada por maus-tratos, cárcere, estupros e mortes
Em ação conjunta da Vigilância Sanitária e Polícia Civil, a clínica de reabilitação de Aragoiânia, que abrigava 100 internos, dentre eles dependentes químicos, portadores de doenças crônicas, idosos e adolescentes, é acusada de maus-tratos, tortura, cárcere privado, estupros e três mortes.
Na ação, realizada no dia 21 de setembro, dois coordenadores da clínica foram presos em flagrante por crimes de cárcere privado e maus-tratos. Eles foram identificados como Suzana Stuart Ferreira Medeiros, de 42 anos, e Duarte Vaz da Silva, de 31 anos.
De acordo com a Polícia Civil, os remédios eram manipulados por pessoas sem capacitação. Além disso, a corporação soube de relatos de agressões físicas, choques e abuso sexuais contra internas da clínica de reabilitação interditada em Aragoiânia. Algumas delas contaram que eram “buscadas” em suas casas para irem à força para o centro, onde mantinham relações sexuais com os responsáveis pela clínica. Todos os casos são investigados.
Além de cárcere privado, maus-tratos e estupro, a PC investiga ainda três mortes de internos da clínica de reabilitação interditada em Aragoiânia. De acordo com o delegado Arthur Fleury, responsável pelo caso, a corporação aguarda laudo médico para saber ao certo quando e como as mortes aconteceram e se houve negligência por parte da clínica.