Os números divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) referentes às ocorrências de incêndios florestais no período de janeiro a agosto deste ano são desoladores. De acordo com a corporação, o estado de Goiás ultrapassou, em mais de 500 casos, em oito meses, neste ano, a quantidade de incêndios registrada ao longo de todo o ano passado.
Os dados oficiais colocam a população em alerta, uma vez que o prolongamento do período de estiagem em Goiás, em conjunto com as queimadas, piora ainda mais a qualidade do ar e os problemas respiratórios decorrentes dele, além de desequilibrar diretamente a fauna e flora das regiões atingidas pelo fogo.
Conforme os bombeiros, em 2018 o número de incêndios florestais, que abrangem vegetação e cultura agrícola, até o mês de novembro foi de 5.803. A maior ocorrência de casos foi incêndio em vegetação, com 5.654 registros.
Entretanto, o ano de 2019 conseguiu bater a marca final do ano passado ainda em agosto. De acordo com os números do CBMGO, até o mês mencionado deste ano o estado de Goiás atingiu a marca preocupante de 6.358 incêndios, 555 a mais em relação ao período integral do ano passado.
Incêndios florestais levaram prefeito de Santa Helena de Goiás a declarar calamidade pública
Dois dias após o prefeito do município de Santa Helena de Goiás declarar situação de emergência e calamidade pública na cidade, o Corpo de Bombeiros de Goiás anunciou neste domingo (22/9) o acionamento de forças-tarefa da Operação Cerrado Vivo 2019 para apoiar o combate à preocupante quantidade de incêndios na região.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, foram deslocados para a cidade oito viaturas e 35 combatentes sendo que 14 desses são especialistas da força-tarefa especial de combate a incêndios florestais da corporação.
Além disso, foi estabelecido um Sistema de Comando de Incidentes com o Comando Unificado e foram empregadas ferramentas de controle, otimizando a utilização dos recursos disponíveis.
Segundo o Corpo de Bombeiros, na última quarta-feira (18/9), a população de Santa Helena de Goiás enfrentou um incêndio de grande proporções que começou na vegetação local e se alastrou até atingir uma usina em Maurilândia, que foi evacuada antes que o fogo chegasse. Dentro dos prédios estavam quase 400 pessoas, e vários carros que estavam estacionados no local também foram atingidos.
No dia seguinte ao incêndio, no dia 19/9, o prefeito de Santa Helena de Goiás, João Alberto Rodrigues (PRP), declarou situação de emergência e calamidade pública no município, em razão dos incêndios que têm atingido a região. O prefeito usou as próprias redes sociais para divulgar vídeo em que ele declara que o município adjacências são “vítimas de ataques criminosos, terroristas e coordenados”.
Dois redemoinhos de fogo chegaram a ser registrados na região no prazo de apenas dois dias.