Um incêndio já destrui ao menos seis mil hectares do Parque Nacional das Emas, a 70 quilômetros de Mineiros, na região Sudoeste de Goiás. O fogo começou nesta segunda-feira (2/9) e ainda não foi controlado. Equipes do Corpo de Bombeiros da cidade continuam atuando no local na manhã desta terça-feira (3/9). Informações preliminares apontam que o incêndio foi provocado por um raio, e, por conta do tempo seco, as chamas se espalharam rapidamente pela vegetação.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração do parque, no período de seca, que se estende de junho até setembro, é comum a existência de raios, muitas vezes causadores de incêndios. Neste período, o parque é subdividido em várias áreas de acordo com as faixas de vegetação, cada uma com largura que varia de 25 a 100 metros. Nessas faixas são previamente feitas queimadas, chamadas de aceiros, que previnem os incêndios de grandes proporções.
O Parque Nacional das Emas tem 132 mil hectares e é uma das maiores áreas preservadas de Cerrado da América Latina. O espaço é considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Incêndios em Goiás
Nos primeiros 20 dias do mês de agosto, foram registradas 1.320 ocorrências de queimadas em áreas de vegetação em Goiás. O número é alarmante e 25% maior em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro até agora, o Corpo de Bombeiros atuou em 5.452 pontos de incêndio. Na maioria dos estados brasileiros, o número de focos de incêndios já é o maior dos últimos quatro anos.
De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), gerados com com base em imagens de satélite, as queimadas no país tiveram alta de 82% em relação a 2018. Entre janeiro e agosto do ano passado foram computados 39.194 focos; no mesmo período deste ano, o número de ocorrências chega a 71.497.
As altas temperaturas, a baixa umidade relativa do ar e longo período sem chuvas elevam o risco de incêndios no estado. Segundo alerta de perigo do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a umidade relativa do ar varia entre 20% e 12% em Goiás. Há risco de incêndios florestais e à saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. O ideal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que ela varie entre 50% e 80%.