O vereador Admilson Seabra (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Minaçu, cidade a 500 quilômetros de Goiânia, parece ter se irritado com o questionamento feito pela reportagem sobre um suposto uso de influência política para contratação de parentes em cargos públicos. O vereador teria, através de influência política e do irmão, viabilizado a contratação de filho, sobrinho e outros parentes em cargos do governo. Perguntado sobre a questão, Admilson justificou a suposta prática dizendo que o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) também era adepto dela.
Conforme apurado pelo Dia Online, o irmão de Admilson, Amilson Seabra, que consta como assessor especial do Estado no Portal da Transparência de Goiás, é presidente do Diretório Municipal do partido DEM em Minaçu e pastor evangélico.
Admilson, supostamente com auxílio da influência política do irmão, teria viabilizado a contratação de seu filho para a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) com salário líquido de R$ 4.204,85. Já o sobrinho, filho de Amilson, teria sido contratado como assessor especial, conforme registro do Portal da Transparência, com salário líquido de R$ 6.203,66.
Informações repassadas ao Dia Online sugerem que, além desses, outro parentes de Admilson atuam em outros órgãos do governo, como o Vapt Vupt, e o número de familiares do presidente da Câmara de Minaçu em cargos públicos chegaria a oito, entre cunhados, filhos e irmãos.
Conforme uma advogada consultada pelo Dia Online, a prática do presidente da Câmara de Minaçu poderia ser enquadrada em nepotismo indireto, uma vez que apesar de as contratações não terem sido feitas pela Câmara de Minaçu, o vereador teria, supostamente, usado de influência política para a contratação dos familiares em outros órgãos da gestão pública.
Presidente da Câmara de Minaçu se defendeu citando presidente Jair Bolsonaro
A reportagem do Dia Online procurou o presidente da Câmara Municipal de Minaçu, vereador Admilson Seabra. O questionamento sobre a contratação de seus familiares em cargos públicos, que teriam sido, supostamente, concretizadas através de influência política, parece tê-lo irritado.
Quando soube do que se tratava a ligação do Dia Online, Admilson reagiu negativamente perguntando se a reportagem “queria dinheiro”. “O que você querem?! Vocês querem é dinheiro?? Me leva na Justiça!”, disse.
O vereador também citou, como justificativa para a suposta prática de uso de influência política para contratação de familiares, ato do próprio presidente da República Jair Bolsonaro. “O que você quer que eu diga? O Bolsonaro também faz isso, ué!”, finalizou.
A reportagem ainda tentou insistir para obter um posicionamento oficial, mas o vereador encerrou a ligação. O Dia Online segue tentando contato com Amilson Seabra, irmão de Admilson, e deixa aberto o espaço para futuras manifestações.
Esta reportagem também entrou em contato com a assessoria do governo de Goiás sobre o caso, e aguarda um retorno.