Depois de 21 anos sem registro de sarampo em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou, nesta quarta-feira (28/8), dois casos da doença na capital. O surto é controlado, mas a pasta alerta para a importância da vacinação, que está disponível em todas as unidades de saúde, para quem ainda não é vacinado.
“São 21 anos se casos de sarampo em Goiânia, por isso a ocorrência de um caso é considerado surto. Não há necessidade de pânico, primeiro porque já temos muitas pessoas vacinadas e também tivemos aumento significativo na aplicação de doses, principalmente no mês de agosto, então isso nos deixa bem tranquilos. Mas ainda assim é uma situação de alerta. Alerta para quem não está protegido contra o sarampo”, explicou Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde. “Hoje, a vacina está preconizada para crianças a partir de seis meses até pessoas de 49 anos. Deve se vacinar quem está nessa faixa etária e não tomou a vacina”, acrescentou.
Casos de sarampo em Goiânia
O primeiro diagnóstico em Goiânia é de um homem, de 45 anos, não vacinado, com história de viagem à São Paulo, onde há mais casos da doença. O segundo caso é na mesma família, e se trata de um bebê de 1 mês de vida, que teve contato com o adulto. Os dois pacientes estão bem.
De acordo com boletim da SMS, foram registrados 29 casos suspeitos de sarampo, sendo 20 de moradores de Goiânia. Do total, dois casos foram confirmados, oito foram descartados e dez ainda estão em investigação. Dentre os casos em investigação há três casos em crianças menores de 1 ano e duas crianças de 1 à 9 anos. Já na faixa etária de 10 a 59 anos existem cinco casos. As suspeitas predominam em mulheres, sendo 72,7%.
Até o último dia 22, um único caso havia sido confirmado no estado. Se trata de uma mulher, moradora de Alto Paraíso. Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), a mulher se infectou em São Paulo e apresentou os sintomas em Santa Catarina.
Vacinação contra sarampo
Todas as crianças de seis meses a menores de um ano devem ser vacinadas contra o sarampo em Goiás. A medida preventiva foi anunciada pelo Ministério da Saúde e é válida para todos os estados brasileiros, que receberam, ao todo, 1,6 milhão de doses. A campanha, que visa imunizar 1,4 milhão de crianças que não receberam a dose extra, chamada de ‘dose zero’, teve início no dia 22 de agosto.
A vacinação preventiva ocorre em decorrência do aumento de casos da doença no país e conforme a pasta, o público-alvo da campanha é mais suscetível a casos graves e óbitos. Em 11 estados há registro da doença, sendo São Paulo em primeiro lugar com 1.662 registros de sarampo. Rio de Janeiro vem logo atrás com seis casos, seguido por Pernambuco com quatro casos. Goiás, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Piauí todos apresentam somente um caso confirmado.
O MS esclarece que a chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Ou seja, além da dose disponibilizada agora, “os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomada a “dose zero” da vacina.”