Um gari usou o uniforme de trabalho para apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), em Goiânia.
Luciano Magalhães Diniz, de 44 anos, é servidor da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e em seu trabalho propôs uma reflexão sobre trabalho e visibilidade funcional.
O homem, que é aluno da Faculdade Sul América (Fasam), foi aprovado em jornalismo com a pesquisa com tema “Sou Mulher, Sou Gari”. Ele procurou retratar o universo de 30 trabalhadoras de limpeza urbana e as experiências vividas nas ruas, na tentativa de diminuir o preconceito existente.
Conforme apresentado na pesquisa, dos nove mil servidores da empresa atualmente, três mil são mulheres. Elas percorrem em média três mil e 600 metros lineares por dia, com jornada de 44 horas semanais, empurrando um carrinho com capacidade para 150 litros e que pesa 22 quilos quando está vazio.
A pesquisa busca retratar a alma feminina, saber o que ela representa para sua família e para a sociedade em geral. Também mostra como elas sobrevivem com o salário que ganham em suas funções. “Ao passar por uma gari, poucos sabem que elas são vaidosas e também estão cheias de sonhos e realizações pessoais com uma história de alegria e muitas conquistas”, afirma Luciano.
A motivação do tema da pesquisa de TCC do gari
De acordo com Luciano, a expectativa é que a pesquisa mostre não só a importância do gari, mas também
a refletir sobre a discriminação e preconceito. Ele acredita essa é considerada uma boa oportunidade, que se bem desempenhada, pode transformar a sociedade, além de oportunizar a humanização social, quebrar preconceitos e desmantelar o machismo.
“Meu trabalho mostra um lado pouco conhecido dessas profissionais, contado por elas mesmas. Também como elas encaram esse trabalho com muita naturalidade, suas vaidades por trás do uniforme e a independência financeira que conseguiram ao longo da caminhada”, diz.