O acadêmico de Direito Niksson Garcia Lima, de 20 anos, suspeito de ter matado a jovem Mirian Oliveira, de 23, grávida de quatro meses, deixou uma carta para seu pai antes de fugir da cidade, poucos dias após o corpo de Mirian ser encontrado numa zona rural de Palmeiras de Goiás. Na carta, Niksson, que está foragido e com um mandado de prisão em aberto, nega que tenha matado a jovem e diz que foi uma armação de “pessoas erradas” com as quais estava envolvido.
A reportagem do Dia Online falou com exclusividade com o pai de Niksson, V. J., que alega ter convicção da inocência do filho. V. J. conta que pouco depois do corpo de Miran ser encontrado, Niksson passou pela fazenda da família, segundo ele localizada em Formoso do Araguaia (TO), e deixou uma carta escrita por ele para o pai.
De acordo com V. J., na carta o jovem nega que tenha matado Mirian e diz que não teve envolvimento em sua morte. Ainda na carta, segundo o homem, Niksson atribui o crime a “pessoas erradas” com quem teria se envolvido.
Conforme a Polícia Civil, Matheus Henrique Pires de Souza Camargo, a provável “pessoa errada” referida por Niksson na carta, inicialmente negou qualquer envolvimento no crime quando foi preso no dia 16/8, mas depois confessou durante interrogatório ter presenciado Niksson atrair a vítima, enganando-a e depois tê-la matado. Matheus alega ter assistido, mas afirma que não participou do crime.
Questionado pelo Dia Online pelo paradeiro do filho e por que ele fugiu da cidade, V. J. disse que Niksson estava com medo do que pudesse acontecer com ele em razão do crime, segundo o próprio suspeito, cometido por Matheus Henrique. V. J. defendeu a inocência do filho, e disse que Niksson “nunca matou ninguém”. “Eu conheço a educação que dei para o meu filho! Ele não é disso não, ele não matou ninguém não! Ele estuda, trabalha, ‘tava’ trabalhando vendendo ração aí. Isso [a suspeita do crime] agora é um negócio que inventaram”, diz.
Nas redes sociais, Niksson tem fotos com uma moça que supostamente seria sua namorada. O jovem cursa Direito.
Ele é considerado foragido e já há um mandado de prisão temporária expedido contra ele. V. J. afirmou que o filho deve se apresentar à polícia logo, e que um advogado já foi contratado em Goiânia para defender Niksson. O pai do suspeito se recusou a passar o contato do advogado.
Relembre o caso da jovem grávida encontrada morta em Palmeiras de Goiás
No dia 27 de julho deste ano, o corpo de Mirian Oliveira foi encontrado numa zona rural de Palmeiras de Goiás, a 90 quilômetros de Goiânia. O corpo estava com sinais de estrangulamento e perfurações por faca.
Dias antes da morte, ela havia procurado a polícia para registrar uma denúncia devida às ameaças que vinha recebendo. Pelas redes sociais, a moça chegou a comentar o caso.
Mirian Oliveira já tinha um filho pequeno e estava grávida de quatro meses. Conforme informações da Polícia Civil (PC), ameaças sofridas por ela a levaram a procurar a delegacia de Palmeiras de Goiás para registrar um boletim de ocorrência. Entretanto, segundo a PC, a moça não chegou a citar nomes na denúncia.
A jovem chegou a publicar no Facebook um comentário sobre as ameaças. No post, Mirian disse que se voltasse a ser ameaçada, faria a exposição em sua rede social de “nome dos grandes de Palmeiras”. Veja abaixo:
“Eu não tenho medo de ameaça.. Todo bandido independente da sua atuação vai pra cadeia.. Prox ameaça vai rolar nome dos grandes de Palmeiras Aqui.. Que acham q pq tem dinheiro pode ameaçar os outros kkkk Aiai”
No dia 16 de agosto, pouco menos de um mês após o crime, a Polícia Civil prendeu Matheus Henrique. O suspeito de estar envolvido no crime negou que tenha matado Mirian, mas disse que assistiu ao assassinato.
À polícia, Matheus disse que o outro suspeito, Niksson, apontou uma arma de fogo pra ele e o obrigou a acompanhá-lo na execução do crime. Niksson Garcia fugiu um dia após o crime e está foragido.
Conforme a polícia, Niksson teria premeditado o crime e já teria falado para Matheus que mataria a jovem Mirian. Matheus está preso temporariamente por 30 dias podendo o prazo ser prorrogado por igual período.
Durante as investigações, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na residência e no posto de combustível da família de Niksson. O veículo usado por ele na noite do crime foi periciado. A Polícia Civil aguarda a conclusão dos trabalhos periciais para finalizar o inquérito policial.