A cirurgia de separação das gêmeas siamesas Laura e Laís, que nasceram unidas pelo abdômen, deve ocorrer daqui um ano, quando elas tiverem mais peso, de acordo com previsão do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), onde estão internadas. As bebês nasceram no Hospital e Maternidade Luis Argolo, em Santo Antônio de Jesus, na Bahia, e chegaram em Goiânia no dia 16.
De acordo com último boletim da unidade de saúde, divulgado na manhã desta quarta-feira (21/8), o estado de saúde de Laura e Laís é regular, estável, estão respirando sem ajuda de aparelho e se alimentando por sonda e mamadeira. elas seguem internadas na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), em observação. Não há previsão de alta.
Gêmeas siamesas farão cirurgia se separação no Hospital Materno-Infantil, em Goiânia
As bebês nasceram no dia 5 de agosto, com 36 semanas de gestação. Laura e Lais são unidas pelo abdômen e compartilham a bexiga, a bacia, os intestinos delgado e grosso, e o sistema urinário. Segundo o HMI, a cirurgia de separação ainda não tem data marcada e só deve ocorrer daqui a um ano, quando as irmãs tiverem mais peso.
As recém-nascidas foram trazidas à Goiânia após contato dos médicos da maternidade onde nasceram com o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, especialista nesse tipo de caso. As meninas chegaram na capital num avião, no Aeroporto Santa Genoveva. O Corpo de Bombeiros informou que o transporte foi realizado pela viatura neonatal da corporação com apoio da equipe de médico e enfermeiro do Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (SIATE).
Liliane Silva dos Santos, 36 anos, mãe das meninas recebeu alta médica no último domingo (18/8). Ele deve ficar mais alguns dias de repouso, pois além da cesárea, foi submetida a uma histerectomia (cirurgia para retirada do útero) devido a uma hemorragia. Assim que possível, Liliane pretende vir para Goiânia para acompanhar as filhas, que estão sob os cuidados da tia.
Histórico
O HMI é referência em realizar a separação de gêmeos siameses. Com este, já são 40 casos de siameses registrados na unidade. Foram realizadas 18 separações. A primeira aconteceu em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevive à cirurgia. No HMI, esse índice chega a 50%.