A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu, na última semana, mandados de prisão contra duas travestis e dois homens suspeitos de integrar uma associação criminosa que marcava encontros sexuais com homens de alto poder aquisitivo, filmava o ato passava a extorquir as vítimas, sob ameaça de exposição. A travesti Anita, juntamente com a travesti Stephany, já estavam presas no Complexo Prisional da Papuda quando os mandados foram cumpridos pela PCGO, devido a uma investigação paralela da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O caso foi apresentado nesta terça-feira (20/8).
Conforme informações da PCGO, os mandados contra Yago Pereira, a Anita; Eduardo Souza Luz, a Stephany; Samuel Junio Nápole e Marcelo Dias Moreira foram cumpridos pelo 1º DP de Goiânia. A PCGO informou que um mandado em desfavor de um outro integrante do grupo, Paulo Rogério Marques Vasconcelos, será cumprido assim que o investigado chegar ao Brasil, já que ele foi preso na Espanha, após ser incluído na lista de foragidos da Interpol.
Ainda segundo a PCGO, as investigações apontam que, na ocasião dos crimes, a vítima se interessava por um dos autores, através do App de relacionamentos Grindr, e era atraída até um hotel. Um dos suspeitos, então, fazia o check-in no quarto normalmente enquanto os outros ficavam escondidos no recinto.
Os criminosos escondidos filmavam o ato sexual da vítima com um dos membros da associação criminosa e, ainda dentro do quarto, surpreendiam a pessoa e passavam a chantageá-la. Já no aposento, o grupo chantageava a vítima com filmagens da relação sexual ou extorquia mediante grave ameaça ou violência.
Os homens eram obrigados a entregar o dinheiro que tinham nas carteiras, senhas de cartões de crédito e débito e ainda fazer empréstimos consignados. A vítima ficava em poder da quadrilha enquanto comparsas sacavam os valores. Segundo a PCDF, durante o tempo em que permaneciam no quarto, os clientes costumavam ser espancados pelo grupo criminoso.
Travesti Anita já estava presa quando Polícia Civil de Goiás cumpriu mandados
Segundo a PCGO, o 1º DP de Goiânia conduz dois casos que envolvem a participação dos suspeitos e, por isso, o delegado responsável pela investigação, Paulo Ribeiro, representou pela prisão dos investigados. Paralelamente, no entanto, a PCDF fazia operação com o escopo de prender a mesma quadrilha, que também agia naquela unidade federativa, a qual resultou na prisão de três dos investigados, na capital goiana.
Como os pedidos de prisão em Goiás demoraram mais para serem deferidos pelo Poder Judiciário, a PCGO cumpriu os quatro mandados já com os investigados presos, no Complexo Penitenciário de Papuda. Samuel foi preso no Chile e recambiado para o DF.
Nas duas oportunidades, Anita, Stephany e Samuel agiram em coluio, agredindo e obrigando as vítimas a desbloquearem os aparelhos telefônicos, fazendo transferências bancárias que somaram mais de R$ 20 mil. Marcelo Dias participou de uma das ações, enquanto Paulo Rogério agiu em um segundo crime.Os dois casos de conhecimento do 1º DP, objetos dos mandados originados em Goiás, ocorreram em um mesmo hotel, no Centro de Goiânia, cujos proprietários colaboraram com as investigações.
Os mandados foram cumpridos no dia 14 de agosto, e o caso foi apresentado nesta manhã (20/8).