A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), por meio do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), após seis meses de investigação divulgou o resultado da Operação Icarus, que prendeu seis pessoas. A investigação teve início após o desaparecimento do piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos, em dezembro de 2018.
Durante o levantamento, foi constatado que Bruce fazia parte de um grupo criminoso que agia em tráfico de drogas e lavagens capitais. A chefia da organização captava pilotos de avião para que estes buscassem a drogas em países vizinhos como Bolívia, Colômbia e Peru.
De acordo com a corporação, a droga entrava pelo estado do Pará seguia até Goiás pela “rota caipira”, nome bastante conhecido no tráfico de drogas. Após chegar no Brasil, o entorpecente era preparado para ser distribuído em países como França, Holanda, Alemanha e Bélgica.
Artimanhas
A organização criminosa usava de muitos meios para que a droga fosse transportada sem ser percebida. A carga ilícita era escondida em meio a produtos destinados à exportação, como granito, mármore e também em cargas de gêneros alimentícios.
No caso de cargas menores, o grupo usava “mulas” que levavam o entorpecente em bagagens de voos regulares para a Europa. A corporação ainda destaca que parte da quadrilha era especializada na lavagem do dinheiro fruto do tráfico. Os responsáveis utilizavam de empresas para dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido com o crime.
Perigo
Ainda segundo as investigações, os voos eram extremamente arriscados. O grupo usava aeronaves modificadas para o aumento de autonomia, reabastecidas durante o voo por meio de galões de combustível. Para não serem vistos, os pilotos voavam extremamente baixo e com equipamentos de localização como transponder desligados e, então, fugiam do controle aéreo.
Sobre Bruce Lee, o que se sabe é que ele pilotava um avião Piper Sêneca de prefixo PT-VPH, de propriedade da organização criminosa, quando desapareceu em dezembro de 2018. Assim como ele, a aeronave também não foi encontrada. Segundo a polícia, há indícios de que ele tenha caído em um lago na Bolívia após colidir com um fio de alta tensão.
Organização criminosa vivia vida de luxo e ostentava viagens a Dubai e Ilhas Maldivas
O grupo criminoso era comandado por um holandês radicado no Brasil. Os membros de seu grupo ostentava uma vida luxuosa com viagens caríssimas com destino a Dubai e Ilhas Maldivas. Possuíam carros de luxos e moravam em apartamentos de alto padrão em condomínios fechados.
Ao todo, foram feitas seis prisões, que aconteceram em Goiânia (3), Santana do Parnaíba (2) e São Félix do Xingu (1). Na operação, foram apreendidos 11 veículos (5 em São Paulo, 5 em Goiânia e 1 no Pará). Além disso, a Deic apreendeu 571 mil reais, dois jatos executivos e um helicóptero, além de um jetski.
Uma das aeronaves foi apreendida em Sorocaba (SP), já o outro jato e o helicóptero foram apreendidos em Goiânia. Os policiais civis também apreenderam oito relógios Rolex e cinco Hublot.
Veja o vídeo do momento em que o dinheiro foi encontrado: