A ferrovia Norte-Sul, que teve concessão assinada nesta quarta-feira (32/7), em Anápolis, deve estar pronta para funcionamento em um ano e meio, de acordo com previsão da empresa vencedora do leilão, a Rumo Logística. A solenidade para assinatura do contrato contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PSL); dos governadores de Goiás e do Tocantins, Ronaldo Caiado (DEM) e Mauro Carlesse; do prefeito de Anápolis, Roberto Naves; de representantes da empresa e outras autoridades.
“A Ferrovia Norte-Sul levará a facilidade do transporte para todos os produtores rurais, que nós sabemos o quanto estão isolados naquela região”, afirmou Caiado. “Vocês não têm ideia do que é isso hoje para o nosso Estado de Goiás. É de uma proporção inimaginável diante da logística que está sendo implantada no Estado”, comemorou o governador durante entrevista coletiva.
O presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan e Rumo, Rubens Ometto, reforçou o compromisso da empresa em contribuir com a economia brasileira. “Agora, com esses trechos da Ferrovia Norte-Sul, vamos repetir a performance que temos na Rumo. A Norte-Sul valorizará as terras de quem tem uma fazenda em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins e vai expandir a fronteira agrícola do Brasil”, pontuou.
A previsão é de que em um ano e meio a ferrovia já esteja pronta para utilização. No entanto, Rubens comentou que parte do trecho será concluída em tempo menor. “Vamos terminar em poucos meses o que falta da Norte-Sul, que começou a ser construída há mais de três décadas”.
Concessão de trecho da ferrovia Norte-Sul
A Rumo Logística arrematou o trecho que vai de Porto Nacional, no Tocantins, até Estrela D’Oeste, em São Paulo, em leilão realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em março deste ano. A empresa deve investir R$ 2,7 bilhões na da ferrovia Norte-Sul.
Na época, ao menos duas concessionárias estavam interessadas nas obras. O lance mínimo pela concessão foi de R$ 1,4 bilhões. Conforme anunciado, a empresa vencedora tem direito de operar em um trecho de 1.537 quilômetros. A estatal Valec, responsável por 90% das obras, feitas durante 30 anos, não teve mais direito à prorrogação do contrato.
Ferrovia Norte-Sul é “sonho de 35 anos”, diz Caiado
Com a conclusão das obras da ferrovia Norte-Sul, o governador Ronaldo Caiado (DEM) reforça ainda que, as regiões do Vale do Araguaia, do Norte e do Nordeste de Goiás passam a ter perspectiva de crescimento. “O grande problema hoje é o transporte. A falta dele. O grande limitador até da nossa agropecuária e da instalação de qualquer indústria nessas regiões”, explicou.
A construção da FNS teve início em 1987, com objetivo de cortar os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Inicialmente era prevista extensão de aproximadamente 1.550 quilômetros, de Açailândia, no Maranhão, a Anápolis.
Em 2006, foi aprovado um projeto de ampliação da ferrovia, que incorporou um trecho mais ao norte, sendo agora de Açailândia até Barcarena, no Pará. Dois anos depois, a Lei nº 1.772 estendeu mais uma vez o traçado da ferrovia até a cidade paulista de Panorama.