Uma operação da Polícia Civil de Sergipe (PCSE), com apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO), desmantelou uma linha de fornecedores de organização criminosa armada interestadual, com base em Goiás, que remetia milhões de reais em drogas e armas para Sergipe e outros estados da região Nordeste. De acordo com a PCGO, a organização criminosa era liderada por integrantes remanescentes da Operação Valquíria, presos no ano de 2013, mas que ganharam liberdade e voltaram a reestruturar a grupo criminoso.
Participaram da operação a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), Operações Especiais (GT3) e Grupo de Operações de Inteligência (GOI) da Polícia Civil de Goiás.
Segundo a PCGO, a organização utilizava o estado de Goiás como base e era comandada pelos irmãos sergipanos Aduilson Góis Oliveira, conhecido como “Galego”, e Ademir Góis Oliveira, o “Demir” ou “Galeguinho”. Sob a liderança deles, a quadrilha cometia graves delitos em todo o país, especialmente tráfico de entorpecentes e o comércio ilícito de armas de fogo.
Os irmãos foram presos na cidade de Senador Canedo no início da manhã desta segunda-feira (15/7). Também foi preso Lucivaldo Fernandes da Silva, considerado pela polícia como o operador de logística da organização criminosa no Estado de Goiás.
Membro do trio criminoso que mandava armas para o Nordeste e havia sido condenado foi solto pelo STF
Condenado nos desdobramentos da Operação Valquíria a mais de 22 anos de prisão, um dos membros do trio, Ademir, conseguiu uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 7 de fevereiro deste ano, que determinava sua liberdade. A Procuradoria Geral da República (PGR) foi contra a decisão, argumentando que o habeas corpus para Ademir sequer deveria ser conhecido.
Conforme a PCGO, Ademir também é membro de organização criminosa; suspeito de matar 13 pessoas em apenas um ano, ter péssimo comportamento no presídio do Santa Maria, participando, inclusive, do homicídio de três detentos da unidade no dia 30 de abril de 2018. Após a decisão do ministro do STF, Ademir fugiu de Sergipe e foi para o estado de Goiás se somar à liderança do irmão Aduilson a fim de reestruturar a organização.
Assaltos a banco e carros-fortes
A polícia conta que o poder de fogo da organização é tão impressionante que uma investigação das Polícias Civil do Maranhão e do Pará prendeu um bando de assaltantes de banco com uma metralhadora antiaérea ponto 50, fornecida pela quadrilha dos irmãos Góis.
No dia 20 de novembro do ano passado, criminosos foram presos em Pernambuco com armamento fornecido pela organização criminosa dos irmãos Góis. Na época, foram apreendidos um fuzil calibre .556, 720 munições, duas pistolas calibre .380, um revólver calibre 38, um equipamento bloqueador de sinal GPS, além de muita droga.